
jueves, 30 de diciembre de 2010
Eu que queria fugir do inverno acabei me metendo numa fria
"Forças ocultas" fizeram com que meus planos mudassem aos 46 minutos do segundo tempo. Há quase um mês, comprei uma passagem de aviao pro Sri Lanka para o dia 28/12/2010, dois dias antes do meu visto indiano vencer. Tinha visto umas fotos das praias do sul do país que me chamaram muito a atençao e como parte do meu plano para essa viagem pela Asia consistia em alargar ao máximo o meu verao achei que era um bom destino. Quatro horas antes do meu embarque, ainda no meu quarto do hotel em Chennai, decidi ligar para embaixada do Sri Lanka para confirmar o preço e forma de pagamento do visto. Ao informar que era cidadao brasileiro a secretária me disse que nao era possível conseguir um "visa on arrival" e que deveria me dirigir a embaixada para dar entrada na papelada do visto. Nao era possível, tive que perguntar outras duas vezes para confirmar que nao era uma falha de comunicaçao. Desliguei o telefone e vi que o relógio marcava 16:15. Durante alguns segundos, que pareceram uma eternidade, meu cérebro bloqueou. Quando finalmente sai do estado de shock minha mente começou a buscar alternativas para a minha situaçao. O primeiro passo foi ligar à compania aérea e cancelar as passagens. Passo número dois, ligar para as embaixada do Nepal e da Thailandia para confirmar a possibilidade de fazer um visto no aeroporto. Liguei para um amigo no Nepal e lhe expliquei o que tinha acontecido. Me convidou para passar o ano novo com ele na capital. Por um instante fiquei na dúvida entre me jogar nas festas da Tailandia ou o conforto de passar a virada do ano com pessoas conhecidas. Escolhi a segunda opçao. Eram por volta das onze da noite quando consegui comprar a nova passagem. De volta ao hotel pedi um taxi para as tres da manha. Duas horas de sono e rua. Novo roteiro: Chennai - New Delhi, mini chá de aeroporto, New Delhi - Kathmandu. Enquanto escrevo essas linhas estou sobrevoando os imponentes Himalayas e em meia hora devo chegar à capital nepalesa. Trago comigo uma garrafa de Jack Daniels e umas mala cheia de experiências e histórias para comemorar o final deste ano. Espero que essa mudança de última hora seja positiva e que as baixas temperaturas do novo destino não sejam um obstáculo. Que 2011 seja ainda melhor que 2010 e que o objetivo continue sendo o caminho. On the road 2011.
domingo, 26 de diciembre de 2010
25/12/2010
Última noite em Hampi. Sentado em volta da fogueira, céu estrelado e comendo comida caseira. Feliz natal e count down Índia. Há menos de 3 dias da minha partida me sinto tranquilo. Hampi foi a escolha perfeita para terminar a viagem pelo sub-continente. Um lugar cheio de energia, que possibilita a união do corpo e da mente(e em alguns casos somasse a alma). Repasso mentalmente o meu trajecto no país de Gandhi, vejo as transformações que esta viagem esta causando no meu ser. Foram quatro meses e meio de experiências intensas. Tudo na Índia é muito intenso, até a tranquilidade é intensa aqui. Experimentei com os meus limites. Testei a minha mente com a meditação Vipassana. Dez horas de meditação por dia durante dez dias, com direito a voto de silencio e tudo. Parece que vivi isso há mais de um ano, mas na verdade se passaram apenas quatro meses. Quatro meses que sai da periferia de Jodhpur, cidade azul, carregado de Tramadol(medicamento derivado da morfina, receitado para dores agudas). Quando terminei o curso recebi como prémio de formatura quatro pedras nos rins e como o atendimento médico deixou a desejar decidi seguir viagem levando minhas pedrinhas na bagagem. Ainda grogue com o efeito da morfina subi em um trem com destino a Jaisulmer. No segundo dia expeli as pedras. Comemorei a cura nas dunas do deserto tomando uma cerveja, quase, gelada. Superada as provas do corpo e da mente, eu estava preparado para qualquer perrengue. Segui minha tour pelo Rajastan por outras três semanas. Vi as florestas de Mt. Abu, o lago sagrado em Pushkar e aproveitei os encantos da cidade romântica de Udaipur. De lá dei um pulo em Agra para ver o Taj Mahal. De volta à Delhi, com os couchsurfers mais divertidos que já conheci. Rouf e Zee me apresentaram à noite de Delhi e me prepararam para o shock cultural que estava por vir. Na capital fiz um grande amigo. Paul é de um país chamado Latvia e em esses momentos deve estar jogando poker online em algum lugar do Nepal. Segui viagem rumo aos Himalayas. Em Old Manali fiz amizade com um grupo bem divertido. Juntos escalamos, fizemos rafting, nos perdemos pela montanha e enchemos a cara quase todas as noites. Duas semanas depois entrava em um ónibus em direçao à Mcleod Ganj, terra adoptiva do Dalai Lama. Lá, visitei os mosteiros e ascendi alguns incensos. De volta à estrada e próxima parada Amritsar. Fui ao Golden Temple e tomei chá com alguns senhores que me explicaram a história da religião Sikh. Um rápido pitstop em Delhi e 25 horas de trem até Varanasi. Cidade Sagrada banhada pelos Ganjs. Ganjs de águas sagradas, nas quais nadei. Experimentei o processo cíclico de morte e vida. A casualidade me brindou com encontros e reencontros que fizeram da estadia ainda mais proveitosa. Duas semanas mais tarde Puri. Cidade na costa de Orissa aonde conheci um "hippie-médicosemfronteiras" que hospedou J. Hendrix por uma semana em Londres. Trenta e oito horas dentro de um trem rumo ao sul e Pondicherry. A ex colonia francesa foi uma pausa na minha viagem pela India. Café da manha com deliciosos croassants e espressos. Depois de tres meses sem consumir carne vermelha finalmente como um file. Novo teste de paciencia e de volta á Delhi. Tudo resolvido e rumei à Goa. No menor estado do país fiz uma nova família. Tenho uma "mãe" indiana e alguns novos irmãos que me acolheram em suas vidas por quase um mês. Foi durante esse mês que me apaixonei pela minha moto e comi estrada todo santo dia. Reencontrei alguns amigos de viagem, e com esse objectivo me dirigi à Hampi. Cidade construída no meio de um mar de pedras. Mar de energia. Aqui estou, na metade da minha viagem pela Ásia, confiante, preparado e o mais importante: feliz e realizado. Que mais poderia ter pedido ao papai noel.
miércoles, 22 de diciembre de 2010
Hampiiiiiiiii
Sentado na rede. Relaxado. Relembrando o que vivi há algumas horas. Acordei as seis da manha para ver o nascer do sol. Foi maravilhoso. A medida que o astro rei subia seus raios iluminavam a formação rochosa. O jogo de luz e sombras nesse mar de pedras termina por hipnotizar me. As pedras parecem fazer parte de algum jogo de tabuleiro no qual o objectivo é colocar las da forma mais improvável possível. Como se o cenário não fosse suficiente a energia de Hampi é impressionante. Sinto como se estivesse no mar. Tenho essa sensação de paz e energia ao mesmo tempo. Da mesma forma que observo as ondas do mar, me sento no alto da montanha para observar pedras e sentir o vento da manha. Estava realmente sentido toda a paz do mundo quando o cantar dos pássaros foi substituído por vozes nervosas. O baba(homem santo) veio acompanhado por dois oficiais de policia. Sob olhares apreensivos do dono da pousada, os agentes revistaram por completo os aposentos do Sadhu(http://en.wikipedia.org/wiki/Sadhu). Encontraram algumas gramas de hash. O circo estava armado. Pude ver os cifrões reflectidos nos olhos corruptos. Os homens da lei levaram o ancião e mais 2000 rupias do proprietário. Acusaram o Sadhu de trafico e ao proprietário de encobrir um delinquente(Os Sadhu's fumam por motivos religiosos e queimam seus documentos de identidade quando começam seus estudos e o proprietário, ao aceitar alugar um quarto para alguém sem identificação, cometeu um crime). A ganancia é o câncer do mundo. Prender um Baba por algumas gramas de cannabis é o mesmo que prender um padre católico por levar um terço. Um pouco atordoado com toda a cena saio da rede e vou dar uma caminhada. Ao caminhar pouco metros com a sola dos pés tocando a rocha quente me acalmei. Me sentei e meditei. Quando há paz interior, podem fazer o barulho que for do lado de fora que dentro tudo permanece em silêncio.
E assim como cheguei, parti
Cheio de energia e com vontade de explorar. Deixo Goa depois de rodar uns 1000 kms em moto, outros tantos a pé e alguns poucos nadados. Visitei pelo menos quinze cidades(a maioria na costa) e conheci varias pessoas, tanto locais quanto estrangeiras. Páginas do meu "pequeno diário de motocicleta" que ainda estão por escrever. Bons dias, longos dias. Experimentei estilos de vida totalmente opostos. Acordei vários dias as 6 da manha, mas algumas vezes deixei a moto em casa e me joguei na decadência de Goa ate as primeiras horas de sol. Estabeleci minha base na casa de uma senhora local. Ela me apresentou ao menor estado indiano mostrando o que há de melhor na Índia: pessoas com um coração enorme. Abriu as portas de suas casa e me deu as chaves. Me apresentou 'a pessoas maravilhosa e me levou a vários restaurantes aonde saboreei os pratos típicos. Encontrei "velhos conhecidos" . Fiz companhia a um deles que sofreu um acidente( caiu dentro de um bueiro aberto, corte profundo que infectou. Quase perdeu a perna...). Reencontrei um conhecido de Delhi, que me apresentou a um pessoal bem bacana. Dormi baixo estrelas(quando perdi a chave e fiquei trancado do lado de fora). Vi o que sobra do movimento transe. Vi russas fazendo topless(soa melhor para os ouvidos do que foi para vista). Vi o sol nascer. Passei horas dialogando com a estrada, enquanto guiava a moto. Descobri praias tranquilas. Do norte ao sul, da costa ao centro. Deixo Goa com um sorriso na cara. Sensação de missão comprida. Próxima parada Hampi...
lunes, 20 de diciembre de 2010
Saudades do que nao foi
De nome Manoela, de origem portuguesa. Sorriso maroto, sorriso sincero. E esses olhos... esses olhos que escondem um segredo. Segredo esse que ainda não tive acesso. Mulher forte, mulher bonita, mulher. Desejo de entregar me, de curtir sua companhia. Quero conhece la, passar horas fazendo algo juntos ou simplesmente juntos fazendo nada. Vontade de viver esse romance, cada dia como se fosse o ultimo. Mas nem sempre a historia segue como o corpo e alma pedem. Não sei se por falta de ocasião ou porque as circunstancias não eram muito simples(ela estava acompanhada), mas o que na cara estava escrito que era destino virou impossível. Química de olhares que não passou a química de pele. Fato que não aconteceu não e' fato, mas continua sendo desejo...
sábado, 11 de diciembre de 2010
devaneios, queridos devaneios
Sentado em um bar de praia em Goa. Mesa composta por um iraquiano, uma portuguesa, um italiano, dois indianos e um brasileiro(eu). Manu, milanese, começou a falar que a revolução psicodélica estava morta e que muitas pessoas ainda acreditam na revolução da mente mas não faziam nada em pró da mesma. A conversa tomou vários rumos e terminamos conversando sobre os dj´s que comandariam os toca discos na festa de hoje. Quando fui ao meu quarto continuei pensando sobre a dita revolução da mente. É verdade que a sociedade actual é marcada por futilidades e um egocentrismo "autodefensista", mas também é verdade que hoje temos os meios para a conscientização global. Sinto curiosidade em estudar os movimentos migratórios das últimas décadas. Saber os motivos pelos quais as pessoas migram, como os imigrantes absorvem a nova cultura e como preservam a própria. Não tenho ideia de a quantas andam as estatísticas, mas tenho a sensação que as pessoas se movem com mais facilidade e em maior número que em qualquer outra época da história da humanidade. As próximas gerações serão cada vez mais misturadas, cada vez mais globais. Como esse fato afectará a ordem que rege o mundo actualmente? Além disso a internet possibilita a veloz troca de informações e facilita a comunicação, trazendo mudanças sócio-culturais antes inimagináveis. Será que a crescente miscigenação de culturas e as facilidades que o cyber espaço traz será a chispa necessária para a revolução da nova era. Será que estamos vivênciando a criação do cidadão global? Será possível que nossos filhos e netos tenham acesso a um passaporte global e vivam em um mundo sem fronteiras? No século XXI tudo é mais rápido e a essa velocidade, quem sabe, em cem anos o ser humano alcançará um estado de consciência pró-colectivo. Quem sabe se utilizando a tecnologia disponível realizaremos a tão aclamada revolução verde. Quem sabe se em um mundo assim, global e verde, o utópico passe a ser real. Um mundo aonde todos tenhamos as mesmas oportunidades, e o fato de nascer na África, Ásia, América, Europa ou Oceania não faça nenhuma diferença. Viva o mundo global, viva a miscigenação, viva as diferenças, VIVA!
domingo, 5 de diciembre de 2010
Paixao Fulminante
A primeira vista sua forma de caminhar me hipnotizou.
So de olhar para ela a minha frequencia cardiaca disparou.
Mãos suadas com direito a friozinho na barriga.
Passamos horas juntos. Eu calado e ela sussurando roucamente em meus ouvido.
Descobri que tinhamos muito em comum. Fiquei alucinado ao perceber que juntos a fome por comer km/s e mais km/s aumentava.
Parecia que nos conheciamos de longa data, quem sabe de uma outra vida.
Senti que ela me completava, que me entendia.
Sinto o calor de seu corpo. Parecece que ardemos em febre.
Sei que existe alguma explicação para tais temperaturas, mas não entendo de onde vem tamanha paixao.
Provavelmente o fato de seu corpo ser metálico tenha algo que ver com as altas temperaturas, ja que depois de um dia encima da moto é normal que a fuzilagem esquente...
Mas de onde vem tanto amor, tanto entendimento? Isso segue sem explicação, mas a paixao nao se explica, se vive.
Ligo o motor e partimos...
So de olhar para ela a minha frequencia cardiaca disparou.
Mãos suadas com direito a friozinho na barriga.
Passamos horas juntos. Eu calado e ela sussurando roucamente em meus ouvido.
Descobri que tinhamos muito em comum. Fiquei alucinado ao perceber que juntos a fome por comer km/s e mais km/s aumentava.
Parecia que nos conheciamos de longa data, quem sabe de uma outra vida.
Senti que ela me completava, que me entendia.
Sinto o calor de seu corpo. Parecece que ardemos em febre.
Sei que existe alguma explicação para tais temperaturas, mas não entendo de onde vem tamanha paixao.
Provavelmente o fato de seu corpo ser metálico tenha algo que ver com as altas temperaturas, ja que depois de um dia encima da moto é normal que a fuzilagem esquente...
Mas de onde vem tanto amor, tanto entendimento? Isso segue sem explicação, mas a paixao nao se explica, se vive.
Ligo o motor e partimos...
miércoles, 1 de diciembre de 2010
Salve salve decadência
Parece que chego pelo menos uns vinte anos tarde na Índia. O exótico foi substituído pelo turístico. Viajar hoje é muito mais "barato" que há vinte anos. As grandes operadoras de turismo já dominam localidades antes remotas. Ir as praias de Goa significa ter o mar enfrente e uma fileira de bares atrás. Ainda é possível encontrar alguns hippies beirando os 70 mas a grande maioria são europeus atraídos pelo sol e cervejas baratas. Algo do movimento trance permanece mas nada comparado à época dourada aonde raves duravam dias à beira-mar. Ao invés de viajantes aventureiros, Goa esta repleta de turistas de "fim de semana". Me restam duas opções: fazer um brinde à decadência e me juntar a um bando de ingleses bêbados ou pegar a moto e tentar achar uma praia perdida em alguma curva de alguma estrada. Antes de pensar sinto o motor funcionando e a moto quase tomando vida própria acelerando estrada a fora...
Memórias de uma viagem de trem
Dentro do trem em direçao a Goa escuto a uma francesa de uns 60anos, vestida com um saari colorido, recitando um poema budista: "As pessoas se preparam para buscar ao Elefante lá fora e nao percebem que o elefante esta dentro de casa". O indiano cinquentao, que mora em Girona, solta em um espanhol arranhado: "El elefante esta dentro cabeza de las personas". O papo segue e filosofias de vida brotam a cada momento. Na Índia é comum encontrar pessoas de verdade empenhadas na evoluçao como ser humano(físico, mental e espiritual). É sempre bom cruzar com tais pessoas. Continuam sendo pessoas como qualquer outra, com problemas, defeitos e paranoias próprias. O que as diferenciam é a atitude que tem perante a vida. Essa atitude positiva e tranquila. Vao dentro de sua própria bolha de felicidade e esperança e sempre que possível repartem alegria por aí. Tipo campanha sorriso, paz e amor.
martes, 30 de noviembre de 2010
reinventarse
Finalmente os planetas se alinharam na forma necessária. Tudo conspira para que meus planos se materializem em datas e passagens de avião. O meu antigo plano de não planejar é passado. O início dessa nova fase foi marcado por um simples fato. Consegui visualizar o saldo da minha conta bancária. Depois de meses sem ter ideia de como andava a minha reserva, hoje eu vi os números. Fiz meus cálculos e cheguei a conclusão:
+ dinheiro na conta
+ efectivo
+ 500 euros que me devem por ai
+ algumas passagens aéreas pagas por cartões de crédito e/ou trocadas por milhas
=
+ um mês na Índia
+ um mês no Sri Lanka
+ um mês na Tailândia
+ dois meses e meio entre Vietnam, Cambodja e Laos
+ passagem de volta pra Europa
+ dinheiro para viver um mês(morando de favor na casa de um amigo)
O próximo passo no quesito organizacional será comprar a passagem de volta à Europa. Por volta da última semana de Abril tenho que estar pousando no antigo continente. E dia primeiro de maio, dia do trabalhador, se tudo der certo, devo voltar ao meu antigo trabalho. A proprietária do Escape me ligou na semana passada oferecendo meu trabalho de volta. Se o plano der certo, dia 01/05/2011 estarei em Palma de Mallorca. Praticamente um ano depois da minha partida. A possibilidade de voltar pra ilha me alegra. Sai de lá com um gostinho de que uma temporada a mais me faria bem. Minha mente empolga com os planos. Chego a pensar que não estaria nada mal planejar o natal e ano novo de 2011 no Brasil. Já nem lembro quando foi a última vez que passei as festas na companhia da família e antigos amigos. Para tudo. Ano novo de 2011 é daqui um ano!!! Devo voltar ao presente. Hoje, dia 28/11/2010, cheguei em Anjuna no norte de Goa. Saí de Porvorim por volta das onze da manha. Meia hora depois parei em Baga para tomar o café-da-manha e trocar de moto. Pela primeira vez na vida dirijo uma moto de "verdade". Estilo chopper, vermelha e de nome Avenger. Apesar de seus 250cc não parecerem muito, o barulho do motor é o rock n roll que meus ouvidos tanto ansiavam escutar. Avanço por uma estrada secundária à 30 km/h. "Pô pô pô pô..."(barulho da moto) durante quinze minutos e estaciono a moto no paraíso. Não que a praia ou o vilarejo mereçam tal adjectivo, mas é o nome da pousada na qual me hospedarei. Comecei bem a semana. Segundona braba de muito trabalho!!! Como diz a música:"meu escritório é na praia". Escrevo essas linhas com os pés enterrados na areia, tomando uma breja gelada e esperando o peixe que pedi para o almoço. Para todas as pessoas que diriam:"que inveja", ou algo parecido, eu tenho uma sugestão: Mande teu chefe tomar no cú e vá pra Bahia!
+ dinheiro na conta
+ efectivo
+ 500 euros que me devem por ai
+ algumas passagens aéreas pagas por cartões de crédito e/ou trocadas por milhas
=
+ um mês na Índia
+ um mês no Sri Lanka
+ um mês na Tailândia
+ dois meses e meio entre Vietnam, Cambodja e Laos
+ passagem de volta pra Europa
+ dinheiro para viver um mês(morando de favor na casa de um amigo)
O próximo passo no quesito organizacional será comprar a passagem de volta à Europa. Por volta da última semana de Abril tenho que estar pousando no antigo continente. E dia primeiro de maio, dia do trabalhador, se tudo der certo, devo voltar ao meu antigo trabalho. A proprietária do Escape me ligou na semana passada oferecendo meu trabalho de volta. Se o plano der certo, dia 01/05/2011 estarei em Palma de Mallorca. Praticamente um ano depois da minha partida. A possibilidade de voltar pra ilha me alegra. Sai de lá com um gostinho de que uma temporada a mais me faria bem. Minha mente empolga com os planos. Chego a pensar que não estaria nada mal planejar o natal e ano novo de 2011 no Brasil. Já nem lembro quando foi a última vez que passei as festas na companhia da família e antigos amigos. Para tudo. Ano novo de 2011 é daqui um ano!!! Devo voltar ao presente. Hoje, dia 28/11/2010, cheguei em Anjuna no norte de Goa. Saí de Porvorim por volta das onze da manha. Meia hora depois parei em Baga para tomar o café-da-manha e trocar de moto. Pela primeira vez na vida dirijo uma moto de "verdade". Estilo chopper, vermelha e de nome Avenger. Apesar de seus 250cc não parecerem muito, o barulho do motor é o rock n roll que meus ouvidos tanto ansiavam escutar. Avanço por uma estrada secundária à 30 km/h. "Pô pô pô pô..."(barulho da moto) durante quinze minutos e estaciono a moto no paraíso. Não que a praia ou o vilarejo mereçam tal adjectivo, mas é o nome da pousada na qual me hospedarei. Comecei bem a semana. Segundona braba de muito trabalho!!! Como diz a música:"meu escritório é na praia". Escrevo essas linhas com os pés enterrados na areia, tomando uma breja gelada e esperando o peixe que pedi para o almoço. Para todas as pessoas que diriam:"que inveja", ou algo parecido, eu tenho uma sugestão: Mande teu chefe tomar no cú e vá pra Bahia!
27/11/2010
Old Goa foi a capital da ex-colônia portuguesa até meados de 1850 quando foi abandonada. Por causa da peste os portugueses se mudaram à Panaji. A antiga capital ainda conserva suas igrejas, dentre as quais se encontra a catedral da Sé(a maior igreja da Asia). Com exceção do vai e vem de fiéis e turistas a cidadezinha é como uma povoado fantasma. Dou uma volta com a moto, parando nas principais igrejas. Me sento à beira do rio Mandori e aprecio a tranqüilidade do lugar. Posso escutar o vento cortejando as águas do rio.
sábado, 27 de noviembre de 2010
sombra e água fresca
Na última semana passei mais de 65 horas dentro de um trem. Para muitas pessoas seria um suplício, para mim é um prazer. A sensação de movimento me acalma. Me pacifica. Viver o movimento me realiza. Durante essas largas horas estou completo, sem medo nem receios. Pouco importa o destino. Só a estrada conta. Ë como se eu tivesse encontrado no vagar sem rumo uma experiência mais gratificante que alcançar um destino.
Caminho - Tao - Estrada
Chego em Goa na estação de trem de Margao. Pego um ónibus em direçao à capital. Uma hora depois chego em Panaji. La encontro a Debbie, senhora que conheci durante o curso de meditação. Ela será a minha anfitriã na ex-colónia portuguesa. A temporada alta começara em duas semanas e os preços de hospedagem já estão bem altos. É bom ter um lugar para ficar grátis e melhor ainda estar sob os cuidados de uma pessoa local. Na primeira noite saímos para jantar com um grupo de amigos. O melhor file que comi no últimos tempos. No dia seguinte vou com Joanne, uma amiga de Debbie, alugar uma moto. Vermelha, com modestos 150cc, ignição electrónica e de nome Pulsar. 250 rupias por dia(4,5 dólares). Encho o tanque(400 rupias) e saimos pra tomar um café. Paramos em Baga. Moto e casa. Amanha pego estrada rumo ao sul. Direçao Palolem. Praia, sombra e cerveja fresca... até parece que estou de férias ;)
Caminho - Tao - Estrada
Chego em Goa na estação de trem de Margao. Pego um ónibus em direçao à capital. Uma hora depois chego em Panaji. La encontro a Debbie, senhora que conheci durante o curso de meditação. Ela será a minha anfitriã na ex-colónia portuguesa. A temporada alta começara em duas semanas e os preços de hospedagem já estão bem altos. É bom ter um lugar para ficar grátis e melhor ainda estar sob os cuidados de uma pessoa local. Na primeira noite saímos para jantar com um grupo de amigos. O melhor file que comi no últimos tempos. No dia seguinte vou com Joanne, uma amiga de Debbie, alugar uma moto. Vermelha, com modestos 150cc, ignição electrónica e de nome Pulsar. 250 rupias por dia(4,5 dólares). Encho o tanque(400 rupias) e saimos pra tomar um café. Paramos em Baga. Moto e casa. Amanha pego estrada rumo ao sul. Direçao Palolem. Praia, sombra e cerveja fresca... até parece que estou de férias ;)
lunes, 15 de noviembre de 2010
geraçao "y", y agora que?¿?
outro dia a Ju me mandou um link: http://vimeo.com/16641689. Um vídeo chamado "we all want to be young". Produção de uma empresa de pesquisa e tendência que fala sobre a geração Y(a juventude actual: http://en.wikipedia.org/wiki/Generation_Y). O vídeo em si é muito bem elaborado, editado e, como algumas pessoas comentaram, artístico. Mas no meio de tanto elogios encontrei algumas críticas pertinentes. Nada negativo sobre o vídeo em si, mas sobre a ideia como um todo. E tenho que concordar com essa minoria. A geração actual esta impregnada por futilidades, comodismos e conformismos. Na necessidade de fazer parte de um algo maior(nesse caso de um grupo) nos preocupamos em nos rotular e criar uma imagem Cool da nossa época. Uma imagem legal o suficiente que caracterize a evolução. Mas no final das contas nos rotularam baseando-se em futilidades. Autores que estudam o sociedade "norte americana" estabelecem padrões que logo são utilizados para classificar toda uma faixa etária de integrantes da população mundial. A geração actual tende a ser homogénea num contexto mundial. As tendências se espalham rapidamente através da internet. Mas essa identidade global parece não atrair atenção suficiente aos problemas existentes em nosso mundo. Talvez atenção não seja a palavra mais adequada(quem sabe "reaçao" seria a palavra). A minha geração esta preocupada com o "EU"(exterior) e com a aceitação social. Estamos esquecendo(memória selectiva é foda...)que o que realmente importa é o bem estar de todos. Em pleno século XXI pessoas morrem de fome e por falta de assistência médica. É para indignar se. Guerras ainda são motivadas por diferenças religiosas ou pelo controle do petróleo mundial. Investimentos massivos são feitos em tecnologia militar. Não sou nenhum matemático nem economista mas arrisco afirmar que com tanto capital poderíamos financiar a revolução da energia verde e reestruturar todo o sistema educacional e médico mundial. Deveríamos começar a discutir uma nova ordem mundial. Uma sociedade verdadeiramente global. Globalmente justa, aonde todos tenhamos as condições básicas para desenvolvermos como indivíduos. Não falo de um mundo utópico. Falo do nosso mundo, do hoje e agora, aonde provavelmente já tenhamos a tecnologia necessária para estabelecer um estilo de vida sustentável. Somos a geração que evolui de forma mais rápida. Temos a nosso favor todo um mundo de informações e contactos que são acessíveis com um só click. A questão não é rotular a nossa geração com características visíveis apenas aos olhos. A questão É: o que vamos fazer com o poder de transformação que nos foi dado? Vamos buscar o conforto no individualismo e utilizar nossa criatividade só para sentir nos únicos ou vamos nos unir e utilizar essa mesma criatividade para encontrar soluções práticas que melhorem o nosso mundo. Vamos ser a geração "y nada mudou" ou vamos ser a geração que estabeleceu uma nova forma de viver? A escolha está em nossas mãos...
stress no país zen
Os dias em Pondy passaram com calma. Acordava à qualquer hora, pegava a moto e ia tomar meu café e comer uns croassants. Dava uma volta pela praia e depois escolhia um restaurante para o almoço. Não estava com vontade de fazer nada mais que dar voltas de moto e comer bem. Pondicherry foi realmente uma pausa na minha viagem pela Ásia. Mas chega a hora de seguir e compramos as passagens para Kollan, no estado do Kerala. Dois dias antes do embarque recebo uma ligação. Tenho que voltar à Delhi. Não acredito que tenho que voltar. Dos três meses que estou aqui devo ter passado umas duas semanas na capital. Quem sabe não deveria cancelar o resto da viagem na Índia só para não correr o risco de voltar à Delhi por uma quinta vez...
Shit Happens
Perdi o dinheiro da passagem pro Keral e tive que comprar uma para Delhi no valor de 2.000 rupias(40 dólares). A viagem começa às 04:00 com o check out do albergue; 4:10 entramos em um rickshaw em direçao à estação; 4:30 passagem comprada para Chennai; 05:37 o trem parte; 10:15 chegamos à Chennai; 10:50 discussão com o taxista(que queria cobrar o triplo do preço estipulado pela corrida); 11:20 café-da-manha, seguido de meia hora de fila para deixar as malas no guarda volumes; 12:30 fila para ir ao cinema; 14:50 ainda bem que esse filme de merda terminou(The Social Network, não assistam, repito, não assistam); 15:05 discussão com outro taxista; 16:20 pausa para um café; 16:30 faltando seis horas para o começo de uma viagem de quarenta horas explodi*
*Peço um expresso. O barista errou na preparação e um pouco de borra de café caiu na xícara. Observo enquanto ele sorri para o companheiro e mete o dedo dentro do café para "limpar" a taça. Logo sorrindo me entrega o expresso. Lhe digo que não quero mais. Sorrindo me diz que não é possível cancelar o pedido e que ele me faria outro café. Sorrindo lhe digo que não me importa o que ele pode ou não pode fazer e afirmo que não vou pagar porra nenhuma(nesse momento meu sangue está fervendo e tenho a sensação que estou Tao carregado de energia negativa que poderia pegar o café e lança-lo na parede, coisa que não faço). O garçom percebe que não estou brincando e finalmente o sorriso de merda deixa de existir. Me pede desculpas e não cobra nada.
17:00 saio da cafetaria com vontade de quebrar algo. 17:20 me acalmo e reflicto: sei que exagerei na reaçao e que estou estressado por outros motivos e tento me controlar mas toda a situação me fez pensar. Cheguei a conclusão que estou cansado desses sorrisos falsos. Sorrisos que escondem a verdade. A verdade é que o estilo de vida ocidental já poliu demais essas terras. Por mais espiritualizados que sejam o carácter de grande parte da população já foi contaminado pelo vírus do capital. Ganancia. Antes, dizem, que o sorriso do indiano era puro e receptivo. Hoje quase todo sorriso vem acompanhado de segundas intenções. Sei, por experiência de viajante que sou, que em todo o mundo existem boas pessoas e pessoas de merda. Infelizmente na Índia de hoje em dia um lema predomina: "Money talks, shit walks". The American way of life spreading shit around the world. 22:00 acomodo minha bagagem no trem, 40 hrs de vigem pela frente...
PS: Antes mesmo de dormir já me sentia mais calmo e sei que deixei o meu lado pessimista e negativo tomar conta. Mas continuo pensando que o ocidente está influenciando negativamente a sociedade indiana. Acho que Gandi talvez precise ressuscitar para resgatar os antigos ideais e conceitos da verdadeira sociedade indiana.
Shit Happens
Perdi o dinheiro da passagem pro Keral e tive que comprar uma para Delhi no valor de 2.000 rupias(40 dólares). A viagem começa às 04:00 com o check out do albergue; 4:10 entramos em um rickshaw em direçao à estação; 4:30 passagem comprada para Chennai; 05:37 o trem parte; 10:15 chegamos à Chennai; 10:50 discussão com o taxista(que queria cobrar o triplo do preço estipulado pela corrida); 11:20 café-da-manha, seguido de meia hora de fila para deixar as malas no guarda volumes; 12:30 fila para ir ao cinema; 14:50 ainda bem que esse filme de merda terminou(The Social Network, não assistam, repito, não assistam); 15:05 discussão com outro taxista; 16:20 pausa para um café; 16:30 faltando seis horas para o começo de uma viagem de quarenta horas explodi*
*Peço um expresso. O barista errou na preparação e um pouco de borra de café caiu na xícara. Observo enquanto ele sorri para o companheiro e mete o dedo dentro do café para "limpar" a taça. Logo sorrindo me entrega o expresso. Lhe digo que não quero mais. Sorrindo me diz que não é possível cancelar o pedido e que ele me faria outro café. Sorrindo lhe digo que não me importa o que ele pode ou não pode fazer e afirmo que não vou pagar porra nenhuma(nesse momento meu sangue está fervendo e tenho a sensação que estou Tao carregado de energia negativa que poderia pegar o café e lança-lo na parede, coisa que não faço). O garçom percebe que não estou brincando e finalmente o sorriso de merda deixa de existir. Me pede desculpas e não cobra nada.
17:00 saio da cafetaria com vontade de quebrar algo. 17:20 me acalmo e reflicto: sei que exagerei na reaçao e que estou estressado por outros motivos e tento me controlar mas toda a situação me fez pensar. Cheguei a conclusão que estou cansado desses sorrisos falsos. Sorrisos que escondem a verdade. A verdade é que o estilo de vida ocidental já poliu demais essas terras. Por mais espiritualizados que sejam o carácter de grande parte da população já foi contaminado pelo vírus do capital. Ganancia. Antes, dizem, que o sorriso do indiano era puro e receptivo. Hoje quase todo sorriso vem acompanhado de segundas intenções. Sei, por experiência de viajante que sou, que em todo o mundo existem boas pessoas e pessoas de merda. Infelizmente na Índia de hoje em dia um lema predomina: "Money talks, shit walks". The American way of life spreading shit around the world. 22:00 acomodo minha bagagem no trem, 40 hrs de vigem pela frente...
PS: Antes mesmo de dormir já me sentia mais calmo e sei que deixei o meu lado pessimista e negativo tomar conta. Mas continuo pensando que o ocidente está influenciando negativamente a sociedade indiana. Acho que Gandi talvez precise ressuscitar para resgatar os antigos ideais e conceitos da verdadeira sociedade indiana.
viernes, 12 de noviembre de 2010
diário
08/11
Acordo sem energia e com preguiça de dirigir. Enrolo para sair da cama. Quando finalmente saio o tempo fecha e devolvo a moto. Chuva pelos próximos dois dias. Parece que escutar o meu sexto sentido tem dado resultado. Não quero nem imaginar estar à 50 km´s de qualquer lugar dirigindo uma moto baixo chuva torrencial. Aproveito esses dias para descobrir a culinária local, ler e escrever. Os cardápios estão repletos de peixe. Comida boa, praias bonitas, menos turistas e pessoas amigáveis. Definitivamente voltarei a Orissa em uma próxima viagem à Índia. Amanha, 26 horas de trem me esperam. Próximo destino: Pondicherry. Cidade situada no sul do país. Ex colónia francesa e aonde é possível comer carne. Nem posso acreditar que vou comer um file dentro de algumas horas.
09/11
Com apenas duas horas de atraso e baixo chuva tropical chego à Pondy. Primeira impressão: tudo molhado(rsrs)… Cidade limpa, arquitetura europeia, menos barulho, pessoas vestidas com mais jeans e menos saaris, restaurantes anunciando “steak with mostard souce” e bares, bares de verdade. Acho que dormi no trem estando na Índia e acordei numa cidade de alguma colónia francesa do começo do século vinte. Poderia pensar também que entrei em um set de filmagem de Bollywood. Mas Pondicherry é assim de verdade. Possui esse espírito europeu que se caracteriza pelos croissants no café-da-manha e cocktails de depois do jantar. É como uma pausa na minha viagem ao oriente.
Acordo sem energia e com preguiça de dirigir. Enrolo para sair da cama. Quando finalmente saio o tempo fecha e devolvo a moto. Chuva pelos próximos dois dias. Parece que escutar o meu sexto sentido tem dado resultado. Não quero nem imaginar estar à 50 km´s de qualquer lugar dirigindo uma moto baixo chuva torrencial. Aproveito esses dias para descobrir a culinária local, ler e escrever. Os cardápios estão repletos de peixe. Comida boa, praias bonitas, menos turistas e pessoas amigáveis. Definitivamente voltarei a Orissa em uma próxima viagem à Índia. Amanha, 26 horas de trem me esperam. Próximo destino: Pondicherry. Cidade situada no sul do país. Ex colónia francesa e aonde é possível comer carne. Nem posso acreditar que vou comer um file dentro de algumas horas.
09/11
Com apenas duas horas de atraso e baixo chuva tropical chego à Pondy. Primeira impressão: tudo molhado(rsrs)… Cidade limpa, arquitetura europeia, menos barulho, pessoas vestidas com mais jeans e menos saaris, restaurantes anunciando “steak with mostard souce” e bares, bares de verdade. Acho que dormi no trem estando na Índia e acordei numa cidade de alguma colónia francesa do começo do século vinte. Poderia pensar também que entrei em um set de filmagem de Bollywood. Mas Pondicherry é assim de verdade. Possui esse espírito europeu que se caracteriza pelos croissants no café-da-manha e cocktails de depois do jantar. É como uma pausa na minha viagem ao oriente.
Free Rider
Estou lendo “Hells Angels” do Hunter S. Thompson. Que vontade de subir em uma Harley e vagar pelas estradas dos mundo. Com a minha experiência motociclista ainda não estou preparado para tal aventura. Tenho que rodar muitas horas antes de me sentir confiante o suficiente. Decido seguir com o treinamento e alugo uma Honda Hero para viajar por Orissa. A H.H. é uma moto de 125cc do estilo da CG utilizada pelo noventa por cento dos motoboys brasileiros. Céu azul com algumas nuvens brancas. Um casal que conhecemos no albergue se ofereceu para nos mostrar o caminho para uma certa Praia. Um mexicano e uma portuguesa, que viajam em uma Royal Enfield. As 10 da matina partimos. Estrada plana e asfalto perfeito, nem podia acreditar. Depois de uns oito km entramos em uma reserva ambiental. Uma alameda arborizada que se alarga por milhas e milhas. Sinto mais confiante em guiar a moto e a sensação de liberdade me deixa arrepiado(ou foi a brisa do mar?¿?). Eles dão seta e param em um restaurante à beira da estrada. Nós seguimos na estrada. Chegamos no Sun Temple(http://en.wikipedia.org/wiki/Konark_Sun_Temple). Demos uma volta por fora e meia volta. Paramos no mesmo restaurante e a Bullet ainda estava no estacionamento. Perguntamos pelo casal e nos informaram que estavam na Praia. Começamos a caminhar mas o gerente do restaurante bloqueou nosso passo. Com um sorriso na cara falou: ”vou mandar um dos funcionários com vocês, já que é uma caminhada no meio da mata e vocês poderiam se perder”. Com um sorriso na cara lhe respondo:”A la playa pues”. Sem entender, mas ainda sorrindo, chama um dos garçons. Caminhamos uns trinta minutos e ao chegar na Praia surpresa: Praia deserta, areia limpa e agua clara. Deixei a mochila e corri para dentro d´água. Começo gostar desse lugar. Outra coisa que encontrei de positivo é que aqui ainda não tentaram me passar a perna e as pessoas são gentis e desinteressadas. Melhor dito: gentis e correctamente interessadas. Acelero, responsavelmente, a minha moto. O vento me faz lacrimejar ou será que estou chorando de felicidade?
Saudades
Puxo conversa com um senhor sentado na mesa do lado. Aparenta ter uns 65 anos. Me conta que é médico e que há quinze anos trabalha como voluntário em uma tribo local. Passa metade do ano na Índia e a outra metade na Escócia, sua terra natal. O Dr. veio à Orissa pela primeira vez há 40 anos. Com um tom nostálgico descreve o paraíso. Uma figura muito interessante, que já viajou meio mundo e que, dentro de suas limitações, até hoje tenta melhorar o mundo. Me explica que Orissa é um dos estados mais pobres do sub-continente e por isso é menos influenciado pelo ocidente(o que faz dos locais mais amigáveis e menos capitalistas). Me explica também que ainda existem praias bonitas e limpas. Me da algumas dicas. Conversamos durante horas e em algum momento começamos a falar sobre música. Afirmo que sinto um pouco de inveja de ter vivido nos anos 70 e que entre o músicos que mais admiro estão Janes Joplin e Jimmy Hendrix. O médico começa a rir e vendo minha cara de interrogação explica: durante o ano que viveu em Londres conheceu a Hendrix. O hospedou durante uma semana enquanto o melhor guitarrista do mundo buscava um refúgio(estava escondendo dos jornais britânicos que não o deixavam em paz). Descreveu à Hendrix como um rapaz simples de uma mente brilhante que não se encaixava na sociedade em que vivia). Fiquei escutando as histórias deste true hippie. Terminou nossa conversa dizendo que sentia saudades daquela época. Época na qual as pessoas tinham ideais, ainda acreditavam em um mundo melhor e tentavam fazer algo para mudar ao invés de só reclamar. Se levanta, sorri e fala em um português cheio de sotaque: “Saudades”. Dentro te todas as palavras que já ouviu essa é a sua favorita, posso entender o porque.
miércoles, 10 de noviembre de 2010
Banheiro público
Chega a hora da despedida. Poderia passar mais tempo por aqui mas tenho que começar a mover me. Rumo ao sul, pela costa leste indiana. 20 horas de trem até Puri. Ex reduto hippie. Durante os anos 70 essa cidade da costa de Orissa era um dos destinos do movimento paz e amor. Caminho pelos becos de Varanasi. Não me perco mais. Depois de onze dias aqui meus sentidos já reconhecem o caminho. Conheço os cheiros, cores e o barulho das ruelas sagradas. Tomo um chai ao lado do Golden Temple. Acompanho o vai e vem de fiéis que visitam o templo Hindu. Alguns passam carregando flores e outros levam um pequeno pote cheio de água. Imagino que seja água dos Ganjs. Tenho curiosidade de ver o que acontece no templo mas não o suficiente para entrar. Além da preguiça, eu não curto muito entrar em templos. Tenho a sensação de invadir um local sagrado. Termino o chá e vou ao meu restaurante favorito. Peço um Chicken Thali(uma espécie de prato feito local que consiste em: arroz, chapati(pão), dal(uma espécie de curry amarelo), frango e outros dois tipos de vegetais). Enquanto como escuto um show de música indiana clássica. Em tão pouco tempo essa cidade me conquistou. Já tenho meus restaurantes favoritos, meus locais de descanso e até mesmo uma espécie de rotina(que consiste em me perder, fotografar, me achar e comer). Mas a estrada me chama e não resisto ao seu chamado.
Me vejo dormindo. De repente um leão se aproxima e começa a rugir. Acordo assustado. Estou na cama mais alta de um "trilixe" e o roncar de um dos passageiros supera o barulho do trem. São três da manha e todas as pessoas parecem dormir. Desço da cama e saio do vagão. Abro a porta e ascendo um cigarro. Sinto o vento enquanto vejo o ceú estrelado. Aqui, em algum lugar no meio do caminho entre Varanasi-Puri, a luz das estrelas reina no meio da escuridão do campo. Vontade de subir no teto do trem e conversar com o vento. Mas opto pela segurança e continuo sentado ao lado da porta. Meus pensamentos vagam. Depois de um tempo o sono vem. Com a ajuda de tapoes de ouvido ignoro o rugido do "leão" gordo que dorme na cama do lado. Na manha seguinte, depois do café-da-manha, volto a me sentar ao lado da porta. Observo a vida no campo e as horas passam voando. Mas não voaram rápido o suficiente para amenizar as 5 horas de atraso. Chegamos ao destino as 22:30. Isso nos obrigou a abrir o dito Guia turístico e escolher um lugar para dormir. Depois de fazer o check-in fomos jantar. Por sorte encontramos um restaurante aberto. A cidade já estava adormecida. De volta para o hotel e directo para a cama. Durmo com o barulho do mar e esse rugido é bem vindo.
O quarto está de frente para o mar. Me levanto e caminho pela areia. Um mal cheiro invade minhas narinas. Sigo andando e descubro a origem do fedor. Estou ao lado de uma vila de pescadores. Para minha surpresa, vejo alguns pescadores de cócoras cagando no mesmo lugar em que trabalham. Tenho que me desviar de fezes e pessoas defecando. Quando saio do perímetro do banheiro público, quero dizer da vila, a situação melhora. Praia larga, deserta e relativamente limpa(sem fezes). Tomo coragem, saio correndo e mergulho no mar. Depois de um tempo faço o caminho de volta, desta vez por dentro da cidade. Ruas de terra batida e pouco movimentadas. Paro para comer. Tenho a sensação que escolhi a praia errada, espero estar enganado e encontrar um paraíso escondido em algum lugar na periferia...
Me vejo dormindo. De repente um leão se aproxima e começa a rugir. Acordo assustado. Estou na cama mais alta de um "trilixe" e o roncar de um dos passageiros supera o barulho do trem. São três da manha e todas as pessoas parecem dormir. Desço da cama e saio do vagão. Abro a porta e ascendo um cigarro. Sinto o vento enquanto vejo o ceú estrelado. Aqui, em algum lugar no meio do caminho entre Varanasi-Puri, a luz das estrelas reina no meio da escuridão do campo. Vontade de subir no teto do trem e conversar com o vento. Mas opto pela segurança e continuo sentado ao lado da porta. Meus pensamentos vagam. Depois de um tempo o sono vem. Com a ajuda de tapoes de ouvido ignoro o rugido do "leão" gordo que dorme na cama do lado. Na manha seguinte, depois do café-da-manha, volto a me sentar ao lado da porta. Observo a vida no campo e as horas passam voando. Mas não voaram rápido o suficiente para amenizar as 5 horas de atraso. Chegamos ao destino as 22:30. Isso nos obrigou a abrir o dito Guia turístico e escolher um lugar para dormir. Depois de fazer o check-in fomos jantar. Por sorte encontramos um restaurante aberto. A cidade já estava adormecida. De volta para o hotel e directo para a cama. Durmo com o barulho do mar e esse rugido é bem vindo.
O quarto está de frente para o mar. Me levanto e caminho pela areia. Um mal cheiro invade minhas narinas. Sigo andando e descubro a origem do fedor. Estou ao lado de uma vila de pescadores. Para minha surpresa, vejo alguns pescadores de cócoras cagando no mesmo lugar em que trabalham. Tenho que me desviar de fezes e pessoas defecando. Quando saio do perímetro do banheiro público, quero dizer da vila, a situação melhora. Praia larga, deserta e relativamente limpa(sem fezes). Tomo coragem, saio correndo e mergulho no mar. Depois de um tempo faço o caminho de volta, desta vez por dentro da cidade. Ruas de terra batida e pouco movimentadas. Paro para comer. Tenho a sensação que escolhi a praia errada, espero estar enganado e encontrar um paraíso escondido em algum lugar na periferia...
Fácil - Difícil
Fácil é arrumar as malas;
Fácil é partir rumo ao desconhecido;
Também é fácil abandonar tudo e começar de zero.
Difícil é estagnarse;
Difícil é aceitar uma vida que nao é a sua;
E é ainda mais difícil passar a vida vendo os seus sonhos evaporarem.
O ser humano nasceu livre e capaz;
Livre para sonhar e capaz de realizar tais sonhos;
Fácil é partir rumo ao desconhecido;
Também é fácil abandonar tudo e começar de zero.
Difícil é estagnarse;
Difícil é aceitar uma vida que nao é a sua;
E é ainda mais difícil passar a vida vendo os seus sonhos evaporarem.
O ser humano nasceu livre e capaz;
Livre para sonhar e capaz de realizar tais sonhos;
jueves, 4 de noviembre de 2010
Ciclos
Esses dois dias atrás estava um pouco sem energia, mas tudo já voltou ao ritmo normal...
"Nascer e Morrer, processo constante. A cada instante nascemos e morremos. A unica coisa permanente é a mudança. No meio de tanto agito e transformação busco a tranquilidade na aceitação. Aceito o meu novo eu e também o novo mundo que me rodeia. Tento não me apegar no passado e insisto em não pensar no futuro.
Tudo o que necessito é aproveitar o agora. As vezes é difícil. Lembranças me perseguem e com elas a saudade vem. A incerteza sobre o futuro também da as caras. Tento não pensar. So observar. Observar o agora e me deixar levar. Tanto pensar atrapalha, anestesia e as vezes até mata os instintos. O estado meditativo ajuda a desconectar. Tento alcançar a "não mente" mas o meu ser racional interfere. O mesmo ser racional que me ajudou a trilhar o meu caminho. Mas o novo individuo que se forma a cada dia sente a importância do inconsciente. É hora de deixar o sub-consciente aflorar. É hora de morrer para logo voltar a nascer."
Sei que esse papo todo tem pinta de hiponga yogi doidão mas quero descrever a experiência na qual esse texto veio a minha cabeça...
Sentado 'a beira do rio espero. Acompanho o trabalho do barqueiro. Salta de barco em barco ate alcançar o próprio. Desfaz os amarres e com a ajuda de um remo se aproxima 'a escadaria. Com o sol já mais próximo ao oeste embarcamos. Remando contra corrente o pequeno indiano de braços fibrosos cruzou o rio em menos de vinte minutos. Nessa época do ano as aguas dos Ganjs baixam consideravelmente. Em uma das margens a cidade ganha espaço e as escadarias reaparecem, na outra se forma uma "praia". Mistura de areia, lama e barro, a praia dos Ganjs se estende por uns bons km's. Ao chegar ao outro lado avistei uma manada de búfalos. Uma das pessoas que vieram comigo deu a idéia de nadar. Eu não estava preparado e nem havia cogitado a idéia de entrar na 'agua. A verdade é que me surpreendi com o estado do rio. Bastante limpo para o que esperava e também não senti nenhum tipo de fedor. Ha anos um professor local esta lutando pela limpeza e conservação das aguas sagradas. Pelo visto o projeto tem dado resultados positivos. Andres pulou de cabeça. Seguido por Paloma e Greg. Impulsionado por essa inveja positiva tirei a roupa e entrei. A sensação de barro nos pés era um pouco incomoda no começo. Durante alguns segundos parei de pensar. Havia um silencio e uma tranqüilidade dentro dessas aguas. Quase instantaneamente minha cabeça reavivou e entendi. Vi claramente o quão intenso e cheio de vida é esse rio. Percebi que é um lugar sagrado independente de motivos religiosos. Pessoas nascem, vivem e morrem no rio com tal naturalidade que todos fazem parte de um. Existe uma união e constância no processo de vida e morte. E os Ganjs são o símbolo desse fenômeno. Tudo acontece no rio. O começo, o meio, o fim e o recomeço. O ciclo de morte e vida e reencarnação acontece constantemente. "Reencarnação" não nos conceitos religiosos. Reencarnação da matéria e da energia. A diferença entre chegar a essa conclusão e experimentar esse fato é muito grande. E o simples fato de entrar nessas aguas melhorou meu dia e meu humor. Olho para a margem e avisto a Ada. A 'unica do grupo que decidiu não entrar. Segundo ela o problema não é nem a sujeira nem a possibilidade de se contaminar mas sim a relação entre a morte e o rio. Sorrio por dentro(para mim, essa mesma relação com a morte faz do rio um lugar cheio de vida). Sai do banho revigorado. Nos secamos com o resto de sol. Logo ele se escondeu atrás da cidade e embarcamos de volta. E com essa pequena excursão calibrei as energias e pude começar a me despedir dessa maravilha de cidade. Namaste Varanasi, namaste.
"Nascer e Morrer, processo constante. A cada instante nascemos e morremos. A unica coisa permanente é a mudança. No meio de tanto agito e transformação busco a tranquilidade na aceitação. Aceito o meu novo eu e também o novo mundo que me rodeia. Tento não me apegar no passado e insisto em não pensar no futuro.
Tudo o que necessito é aproveitar o agora. As vezes é difícil. Lembranças me perseguem e com elas a saudade vem. A incerteza sobre o futuro também da as caras. Tento não pensar. So observar. Observar o agora e me deixar levar. Tanto pensar atrapalha, anestesia e as vezes até mata os instintos. O estado meditativo ajuda a desconectar. Tento alcançar a "não mente" mas o meu ser racional interfere. O mesmo ser racional que me ajudou a trilhar o meu caminho. Mas o novo individuo que se forma a cada dia sente a importância do inconsciente. É hora de deixar o sub-consciente aflorar. É hora de morrer para logo voltar a nascer."
Sei que esse papo todo tem pinta de hiponga yogi doidão mas quero descrever a experiência na qual esse texto veio a minha cabeça...
Sentado 'a beira do rio espero. Acompanho o trabalho do barqueiro. Salta de barco em barco ate alcançar o próprio. Desfaz os amarres e com a ajuda de um remo se aproxima 'a escadaria. Com o sol já mais próximo ao oeste embarcamos. Remando contra corrente o pequeno indiano de braços fibrosos cruzou o rio em menos de vinte minutos. Nessa época do ano as aguas dos Ganjs baixam consideravelmente. Em uma das margens a cidade ganha espaço e as escadarias reaparecem, na outra se forma uma "praia". Mistura de areia, lama e barro, a praia dos Ganjs se estende por uns bons km's. Ao chegar ao outro lado avistei uma manada de búfalos. Uma das pessoas que vieram comigo deu a idéia de nadar. Eu não estava preparado e nem havia cogitado a idéia de entrar na 'agua. A verdade é que me surpreendi com o estado do rio. Bastante limpo para o que esperava e também não senti nenhum tipo de fedor. Ha anos um professor local esta lutando pela limpeza e conservação das aguas sagradas. Pelo visto o projeto tem dado resultados positivos. Andres pulou de cabeça. Seguido por Paloma e Greg. Impulsionado por essa inveja positiva tirei a roupa e entrei. A sensação de barro nos pés era um pouco incomoda no começo. Durante alguns segundos parei de pensar. Havia um silencio e uma tranqüilidade dentro dessas aguas. Quase instantaneamente minha cabeça reavivou e entendi. Vi claramente o quão intenso e cheio de vida é esse rio. Percebi que é um lugar sagrado independente de motivos religiosos. Pessoas nascem, vivem e morrem no rio com tal naturalidade que todos fazem parte de um. Existe uma união e constância no processo de vida e morte. E os Ganjs são o símbolo desse fenômeno. Tudo acontece no rio. O começo, o meio, o fim e o recomeço. O ciclo de morte e vida e reencarnação acontece constantemente. "Reencarnação" não nos conceitos religiosos. Reencarnação da matéria e da energia. A diferença entre chegar a essa conclusão e experimentar esse fato é muito grande. E o simples fato de entrar nessas aguas melhorou meu dia e meu humor. Olho para a margem e avisto a Ada. A 'unica do grupo que decidiu não entrar. Segundo ela o problema não é nem a sujeira nem a possibilidade de se contaminar mas sim a relação entre a morte e o rio. Sorrio por dentro(para mim, essa mesma relação com a morte faz do rio um lugar cheio de vida). Sai do banho revigorado. Nos secamos com o resto de sol. Logo ele se escondeu atrás da cidade e embarcamos de volta. E com essa pequena excursão calibrei as energias e pude começar a me despedir dessa maravilha de cidade. Namaste Varanasi, namaste.
jueves, 28 de octubre de 2010
O sacro e o profano
Varanasi. Cidade Sagrada. Rios Sagrados. Funerais sagrados. Vacas Sagradas. Maleantes Sagrados. Não. Os maleantes não são sagrados, são profanos. São como uma praga que se espalha pelos becos e desemboca ao longo dos Ganjs.
Depois de meia hora de negociação entramos em um ricksaw em direçao ao bairro antigo. Pagamos 60 rupias por um trajecto de 6 km. A primeira impressão da cidade foi positiva. Tive a sensação de estar entrando na verdadeira Índia. Ao descer do táxi caminhamos até a beira dos Ganjs. Sentamos na escadaria e observamos. Pessoas tomando banho, lavando roupa, orando. Crianças correndo e algumas soltando pipa. Alguns turistas com suas mega câmaras disparam a esmo. Meu olhar se fixa em um Sadhu. Homem santo. Vestido de laranja e vermelho. Em sua mao direita um espelho e com a esquerda passa uma espécie de maquiagem esbranquiçada no rosto. O celular toca. Prabhu. O proprietário de uma fábrica de livros ecológicos que hospeda viajantes em sua casa. Seu contacto nos foi dado pelo Tristam. Esperamos o tempo de fumar um cigarro e nosso anfitrião nos encontrou. O seguimos cidade a dentro. Os becos e ruelas parecem formar um labirinto. Começo a me interessar ainda mais por essa cidade, gosto de lugares nos quais posso me perder facilmente.
Cinco da manha e rua. Nos informaram que a melhor hora para fazer um passeio de barco é durante o amanhecer. Um chai acompanhado de um cigarro e para à beira do rio à negociar. Uma hora de barco pode chegar a custar 1.000 rupias. No nosso caso pagamos 50 por cabeça. Eu e o Rifle(o argentino que conheci em Pushka e que encontrei por casualidade ontem à noite) começamos a bombardear o dono do barco com contra-ofertas. Um brasileiro e um argentino barganhando com raça foi demais para o indiano. Ainda com cara de sono Rajan aceitou nos levar por 200 rupias. Com a luz do sol recém nascido vimos a cidade ganhar cores e formas a medida que nosso pequeno guia remava. A verdade é que a intensidade da vida nos Ganjs me fez apaixonar por essa cidade. É a cidade mais viva que visitei até hoje. Uma hora e meia depois, com um sabor de quero mais, desembarcamos. Paramos em uma Guest House mais turística para tomar o café da manha. De lá um safari fotográfico por essas ruas que falam, gritam e sussuram ao mesmo tempo.
Depois de meia hora de negociação entramos em um ricksaw em direçao ao bairro antigo. Pagamos 60 rupias por um trajecto de 6 km. A primeira impressão da cidade foi positiva. Tive a sensação de estar entrando na verdadeira Índia. Ao descer do táxi caminhamos até a beira dos Ganjs. Sentamos na escadaria e observamos. Pessoas tomando banho, lavando roupa, orando. Crianças correndo e algumas soltando pipa. Alguns turistas com suas mega câmaras disparam a esmo. Meu olhar se fixa em um Sadhu. Homem santo. Vestido de laranja e vermelho. Em sua mao direita um espelho e com a esquerda passa uma espécie de maquiagem esbranquiçada no rosto. O celular toca. Prabhu. O proprietário de uma fábrica de livros ecológicos que hospeda viajantes em sua casa. Seu contacto nos foi dado pelo Tristam. Esperamos o tempo de fumar um cigarro e nosso anfitrião nos encontrou. O seguimos cidade a dentro. Os becos e ruelas parecem formar um labirinto. Começo a me interessar ainda mais por essa cidade, gosto de lugares nos quais posso me perder facilmente.
Cinco da manha e rua. Nos informaram que a melhor hora para fazer um passeio de barco é durante o amanhecer. Um chai acompanhado de um cigarro e para à beira do rio à negociar. Uma hora de barco pode chegar a custar 1.000 rupias. No nosso caso pagamos 50 por cabeça. Eu e o Rifle(o argentino que conheci em Pushka e que encontrei por casualidade ontem à noite) começamos a bombardear o dono do barco com contra-ofertas. Um brasileiro e um argentino barganhando com raça foi demais para o indiano. Ainda com cara de sono Rajan aceitou nos levar por 200 rupias. Com a luz do sol recém nascido vimos a cidade ganhar cores e formas a medida que nosso pequeno guia remava. A verdade é que a intensidade da vida nos Ganjs me fez apaixonar por essa cidade. É a cidade mais viva que visitei até hoje. Uma hora e meia depois, com um sabor de quero mais, desembarcamos. Paramos em uma Guest House mais turística para tomar o café da manha. De lá um safari fotográfico por essas ruas que falam, gritam e sussuram ao mesmo tempo.
jueves, 21 de octubre de 2010
post card turism
Pequena fila para deixar os sapatos. Desde dentro de um latão pego uma bandana para cobrir a cabeça. Lavo os pés e entro no templo. Ao descer a escadaria, o vejo. A luz do sol refletindo o dourado da construção causa uma impressao. A minha volta pessoas se ajoelham e tocam o chao com a testa em sinal de respeito. Esse é o maior ponto de peregrinação dos Sikh( http://en.wikipedia.org/wiki/Sikh).Um pequeno lago circula o templo. Pessoas tomam banhos sagrados em suas águas. Nao me sinto confortável fazendo turísmo em um lugar que é sagrado para os locais. Damos uma volta. Uns senhores sentados a sombra nos chamaram e ofereceram chai. Enquanto tomávamos o chá um deles nos explicou a história de seu povo. Uma hora mais tarde voltamos à rua. Para continuar nosso passeio turístico fomos até a fronteira com o Pakistao acompanhar a troca de guardas. Espetáculo decadente, resquício do British-Raj. Post-card turism é isso, ir aonde a "bíblia"( guia turístico) te manda.
miércoles, 20 de octubre de 2010
on the road(para variar um pouco ;)
No ónibus de Manali à Mc Leod Ganj um passageiro vomitou a segunda metade do caminho inteira. Na parada para descansar ele comeu e a comida nao bateu bem. Mais tarde o conheci. Um sul africano de 21 anos chamado Triston. Vestido meio hippie e com bigode estilo malandro carioca o garoto ia sempre com um sorriso na cara. Sempre de bem com a vida. Viajando com ele ia o Greg. 27 anos, 1,82 de altura, pele branca mas queimada de sol. Natural do Zimbabue mas há 5 anos morando em Londres. Acaba de começar um ano viajando pela Ásia. Chegamos na rodoviária as 04:30. Caminhamos uns 2km até chegar à Baksu. Esperamos amanhecer para buscar alojamento. Passamos duas noites na albergue. No terceiro dia Matt e Alex decidiram alugar motos e dar um rolé de dois dias. O tempo estava nublado e eu nao animei. Além disso eu já estava pronto para seguir. Dois dias na periferia do Quartel General do Dalai Lama foram suficientes. Os monges sao simpáticos. Os momos( pratos típicos tibetanos) sao deliciosos. Mas meus dias nas montanhas do Himalaya estavam contados. Greg também já estava afim de mover. A idéia era sair daqui em um ônibus público em direção à Amritsar, visitar o Golden Temple, ver a troca de guarda na fronteira com o Pakistan e pegar um trem em direção à Delhi na manha seguinte. Alguns dias na capital e seguir viagem à Varanasi. Cidade sagrada por excelência, aonde o ritual crematório à beira dos Ganghs acontece dia após dia. Planejo passar uns dez dias por lá. Agora o próximo passo é almoçar.
jueves, 14 de octubre de 2010
voltando ao diário 11/10/2010
Vento na cara. O ar passa pelo capacete, entrando aonde antes existiu uma viseira. O som mecânico da minha pequena companheira é música. Assim passo os últimos dias em Manali. Aluguei uma moto. Uma Yamaha 125cc de uns 25 anos de idade. Trasto Velho. Trasto valente. Acelero(acelerar = 40 km/hr.) na estrada entre Manali e Leh. Depois de meia hora de caminhos a estrada virou off-road. Aqui vou eu fazendo trilha montanha acima em direçao aos picos nevados do Himalaya. Depois de 3 horas de aventura chegamos à Rohtang. Uma espécie de parada para jipes turísticos. Estamos a mais de 3.000 metros de altitude, e para variar a vista é inacreditável. A temperatura caiu bastante e tento me esquentar bebendo um chai(chá típico na Índia). Quando comecei a esquecer das dores musculares causadas pelo trajecto já era hora de voltar. Eu não podia e nem queria pegar estrada à noite. Tirando algumas horas rodadas em uma vespa, a minha experiência com motos é zero. Dirigindo estilo prudente, volto sã e salvo ao albergue. Um banho quente de uma hora e saio para comprar a passagem de ónibus. Tic-tac Manali Tic-Tac...
tipo hippie
Anestesiado,
sem compromisso,
desapegado,
livre de relógio e calendário,
sentindo os sentidos
sem seguir os fatos.
Uma inércia voluntária me faz mover sem pressa, despreocupado.
Muitas vezes nao faço nada.
E do nada me faço feliz.
Feliz por estas alienado,
desconectado do mundo "normal".
sem compromisso,
desapegado,
livre de relógio e calendário,
sentindo os sentidos
sem seguir os fatos.
Uma inércia voluntária me faz mover sem pressa, despreocupado.
Muitas vezes nao faço nada.
E do nada me faço feliz.
Feliz por estas alienado,
desconectado do mundo "normal".
martes, 5 de octubre de 2010
para o alto e avante
À 1.950 metros de altitude. Aonde o ar é limpo, o verde da mata é mais verde e o azul do céu mais azul. Manali é o nome do vilarejo de quase 7.000 habitantes. Cheguei há mais de três dias e meu único compromisso é comer e descansar enquanto observo as montanhas que envolvem o vale. Lugar fácil de ficar. Lugar fácil de se perder mas também possível de ser achar. Acho que amanha ou depois vou ver a neve. A temporada de inverno só começa em dezembro mas alguns picos já estao brancos. Eu que me considero bicho urbano me encontro comodo no meio do mato. "Meio do mato" aonde tenho café espresso, conexao wi-fi e pizza. Viva o século 21. Ou nao...
jueves, 30 de septiembre de 2010
dois dias atras....
Do ónibus ao albergue.
Do albergue ao hotel.
Do hotel a fila.
Da fila para dentro.
6 da manha
Vejo o nascer do sol sentado em um banco de mármore branco. De plano de fundo uma das maravilhas do mundo: o Taj Mahal. Parecia mentira que eu estava ali. Tipo um sonho, no qual um pintor de estatura descomunal tivesse colocado ali uma tela gigante e pintado sua obra-prima. Tive a sensação de que se me levantasse e começasse a caminhar em direçao à construção acabaria por descobrir que nao passava de uma ilusão. Após deixar meus sapatos sujos com o "guardador de sapatos" avancei em direçao ao monumento. Com meus pés nús e um pouco menos sujos entrei no grande edifício branco. Avancei sonambulando. Durante eternos segundos permaneci, só, admirando a arte esculpida nas paredes do malsoleu. Fui arrancado de meu estado onírico ao escutar gritos. Um rebanho de mais de 20 turistas japoneses haviam invadido o local. Vinham armados com mega cameras e seus respectivos olhos puxados. Saí correndo, tinha medo de ser atropelado por tal manada. Voltei ao meu banco e observei a transformação do ambiente. Pouco a pouco, o que antes era uma das paisagens mais bonitas do mundo se transformou em um formigueiro. Todas formigas parecem trabalhar como fotógrafas. Hora de sair de Agra. Olhei para trás uma última vez e antes mesmo de conseguir enforcar o Taj um grupo de turistas alemães esbarraram em mim. Turistas de cartão postal, "super educados". Mas nao importa, por mais que esbarrem, gritem ou corram, nenhum deles conseguirá apagar de minha memória aqueles minutos mágicos que vivi durante o nascer do sol...
Do albergue ao hotel.
Do hotel a fila.
Da fila para dentro.
6 da manha
Vejo o nascer do sol sentado em um banco de mármore branco. De plano de fundo uma das maravilhas do mundo: o Taj Mahal. Parecia mentira que eu estava ali. Tipo um sonho, no qual um pintor de estatura descomunal tivesse colocado ali uma tela gigante e pintado sua obra-prima. Tive a sensação de que se me levantasse e começasse a caminhar em direçao à construção acabaria por descobrir que nao passava de uma ilusão. Após deixar meus sapatos sujos com o "guardador de sapatos" avancei em direçao ao monumento. Com meus pés nús e um pouco menos sujos entrei no grande edifício branco. Avancei sonambulando. Durante eternos segundos permaneci, só, admirando a arte esculpida nas paredes do malsoleu. Fui arrancado de meu estado onírico ao escutar gritos. Um rebanho de mais de 20 turistas japoneses haviam invadido o local. Vinham armados com mega cameras e seus respectivos olhos puxados. Saí correndo, tinha medo de ser atropelado por tal manada. Voltei ao meu banco e observei a transformação do ambiente. Pouco a pouco, o que antes era uma das paisagens mais bonitas do mundo se transformou em um formigueiro. Todas formigas parecem trabalhar como fotógrafas. Hora de sair de Agra. Olhei para trás uma última vez e antes mesmo de conseguir enforcar o Taj um grupo de turistas alemães esbarraram em mim. Turistas de cartão postal, "super educados". Mas nao importa, por mais que esbarrem, gritem ou corram, nenhum deles conseguirá apagar de minha memória aqueles minutos mágicos que vivi durante o nascer do sol...
martes, 28 de septiembre de 2010
preguiça boa
De volta a Delhi. Como um "dejavu". Gourgon. Periferia. Zona norte. Igual a nossa Zona Sul. Carros importados. Pessoas mal-educadas, fantasiadas de ocidentais. Chego na casa do pessoal do Couch Surf. Jogando Playstation. Tomando brejas. Comendo pizzas do Domino´s. Estou na Índia? Brasil? Espanha? Nao faz diferença...
Em qualquer lugar do mundo uma capital é uma capital. Na era da internet, de filmes 3 D e música electrônica qualquer grande cidade é igual.
Sociedade diferente. Cultura diferente. Pessoas vestem as mesmas roupas. Escutam as mesmas músicas. Falam sobre as mesmas coisas.
Facebook;
Futebol;
Festas;
Preguiça. Tudo igual. Igual e confortável. Preguiça. Quero Fugir. Mentira. Quero Seguir. Seguir viagem. Viagem com rumo. Rumo ao diferente. Diferente é bom. Bom é ser feliz!
Felicidade = Liberdade
Em qualquer lugar do mundo uma capital é uma capital. Na era da internet, de filmes 3 D e música electrônica qualquer grande cidade é igual.
Sociedade diferente. Cultura diferente. Pessoas vestem as mesmas roupas. Escutam as mesmas músicas. Falam sobre as mesmas coisas.
Facebook;
Futebol;
Festas;
Preguiça. Tudo igual. Igual e confortável. Preguiça. Quero Fugir. Mentira. Quero Seguir. Seguir viagem. Viagem com rumo. Rumo ao diferente. Diferente é bom. Bom é ser feliz!
Felicidade = Liberdade
lunes, 27 de septiembre de 2010
My name is Bond, James Bond
Chegamos em Udaipur, a cidade romântica. Esse lugar é um oásis no meio do deserto. Quando foi construída, há 500 anos atrás, o Maharana Udai Singh II mandou represar vários rios criando assim um grande lago artificial. Também é conhecida como a cidade dos lagos ou Veneza do oriente. Os habitantes locais tem bastante orgulho de sua história e isso se reflecte na organização e limpeza da cidade. Em 1983 foi utilizada como set de filmagem de "James Bond - Octopussy". Caminhávamos pelo centro quando encontramos algumas pessoas que conhecemos em Mt. Abu. Agora formávamos um grupo de sete(Kevin, eu, uma inglesa chamada Julia, três israelitas e uma polaca). Fomos jantar em um "roof-top restaurant" e ver Octopussy. Foi uma experiência divertida, a medida que o filme avançava reconhecia ruas e palácios que havia visto durante o dia. Marcamos de nos reunir na manha seguinte para seguir com a nossa excursão particular. Passamos a manha seguinte visitando o Palácio. Almoçamos em um restaurante à beira do lago. Enquanto esperávamos a comida acompanho com os olhos a intensa vida nas margens do lago. Mulheres lavando roupa, criança pulando da ponte e nadando, um barco cheio de turistas japoneses navega num ritmo tranquilo, um senhor idoso tomava um banho e um casal namorava com os pés dentro d´água. Terminando de comer fomos acompanhar a procissão de um festival religioso. Era o último dia do festival de Ganesha(Deus com cabeça de elefante e conhecido como "removedor de obstáculos"). Pessoas de todas as idades se aglomeravam nas ruas. Cantando e dançando acompanhavam imagens do Deus, levadas por carroças, tratores ou no ombro dos devotos. Ao chegar na beira do rio depositavam as imagens em suas águas. A festa foi até tarde. Por volta das dez voltamos ao hotel. Decidimos ficar mais um tempo por aqui. Eu poderia facilmente passar um mês em Udaipur.
sábado, 25 de septiembre de 2010
17/09/2010
Passagem por Mt. Abu. Cidade de apenas 22.000 habitantes, cituada na maior montanha do Rajasthan. Turismo local bastante explorado e poucos extrangeiros. Vale a pena passar alguns dias. Recomendo um trekking e acampar pela montanha. O melhor foi conhecer Champak, nosso guia. Natural de mt. Abu havia estudado em uma escola inglesa e era apaixonado por futebol. Apesar de aposentado seguia sendo o lateral esquerdo do time dos taxistas. Com orgulho contou que era canhoto e que foi o artilheiro no ultimo campeonato. Alem de taxista, jogador de futebol e guia florestal o Sr. Champak havia vivido dois anos em Dubai trabalhando de joquei nas corridas a cavalo. Nosso passeio pela reserva florestal durou cinco horas mas pelas historias que nosso guia ia contando a medida que caminhavamos pareceu que haviamos estado ali pouco mais de meia hora.
fim do post, amanha Udaipur.
fim do post, amanha Udaipur.
miércoles, 22 de septiembre de 2010
voltinha pelo deserto com direito a cervejinha
As cinco da manha chegamos em Jaisalmer. O pessoal da guesthouse de Jodhpur havia reservado um quarto para nós. O novo albergue enviou um carro para nos buscar. Deixamos as malas no quarto e fomos dar uma volta pela cidade. Subimos no escuro mas ao alcançar as muralhas o dia começou a clarear. A medida que a luz batia nas paredes a cor amarela substituía o negro das sombras. Ao chegar no ponto mais alto nos sentamos para apreciar o nascer do sol. Quando já estava claro o suficiente vimos a paisagem desértica que rodeia a cidade. Por volta das nove começo a sentir dores e volto para o hotel. Às 15:00 Kevin volta para o albergue para me chamar para o almoço. No caminho paramos em uma agência chamada Trotters, especializada em safaris à Camelo. 750 rupias por dia. O valor incluía comida, água mineral, chá, guias, o trajecto de jipe e um camelo por pessoa. Na cidade existe uma centena de agências. Essa é uma das poucas recomendadas pelos guias turísticos(por exemplo o lonlely planet). Apesar de normalmente não seguir o que está escrito nos guias, decidimos abrir uma excessao. Havia escutado o relato de vários viajantes que tiveram péssimas experiências durante tais safaris(desde diarreia até furto). Consegui baixar preço a 650 rupias e então fechamos o trato. De lá fomos à um restaurante chamado Milan. Comida típica non-veg. Pedimos um "Chiken-Korma" acompanhado de arroz e pão. Foi a melhor refeição das últimas semanas. 140 rps por cabeça. A dor ainda persiste e volto ao albergue. Amanha as cinco sairemos em direçao as dunas, levando minha pedrinhas para uma volta à camelo.
Check-out. Saímos da espelunca e fomos à agência. Um jipe nos esperava. O grupo era de quatro pessoas, nós dois e um casal(um indiano e uma francesa). O trajecto de carro durou 1h 1/2. Chegamos em uma vila perdida no tempo. A uma distância de uns 200 metros avistei seis camelos. Fomos apresentados aos nossos guias. Dois indianos locais do deserto. Enquanto eles preparavam o café da manha dei uma volta pelo vilarejo acompanhado pelo motorista do jipe. Voltamos para comer. As nove montamos nos camelos e começamos o safari. No começo a altura do camelo impressiona e sinto as pernas um pouco incomodas. Passados alguns minutos me acostumei. Fiquei um pouco surpreso ao ver que a vegetação local era verde e abundante. Um dos guias me disse que há muitos anos não chovia mas que esse Mousson foi muito forte. Depois de algumas horas paramos para comer em baixo de uma árvore. Comida típica do Rajasthan. Tudo fresco e feito na hora. Depois do almoço o tempo fechou. Aqui estou, fazendo um safari no meio de um deserto verde e chovendo. Tudo parece um pouco surreal. Depois que a chuva parou retomamos o passeio. No final da tarde alcançamos umas dunas. Por fim areia. Desmontamos e os guias começaram a preparar o acampamento. Caminhamos até o ponto mais alto para apreciar o por do sol(nublado por sinal). Minhas pernas latejavam, se você não esta acostumado a andar à camelo eu sugiro que faça um test-drive antes de ir à um safari. Quando nos chamaram para jantar vimos chegar um visitante. Vestido todo de branco, montava um camelo mais alto que os nossos. Nos comprimentou com um gesto de cabeça. Logo nos perguntou: "Like beer?". Ainda sem acreditar no que acabara de ouvir lhe perguntei o preço. 150 rps(5 reais aprox). Recapitulando: Camel Safari, deserto verde, chovendo e agora temos um Camel Beer Delivery?¿?¿? Surreal. Compramos duas garrafas por cabeça e fomos comer. Antes de dormir olhei em volta e só via dunas e um céu estrelado de uma forma difícil de explicar. Essa sensação compensa as dores nas pernas...
Check-out. Saímos da espelunca e fomos à agência. Um jipe nos esperava. O grupo era de quatro pessoas, nós dois e um casal(um indiano e uma francesa). O trajecto de carro durou 1h 1/2. Chegamos em uma vila perdida no tempo. A uma distância de uns 200 metros avistei seis camelos. Fomos apresentados aos nossos guias. Dois indianos locais do deserto. Enquanto eles preparavam o café da manha dei uma volta pelo vilarejo acompanhado pelo motorista do jipe. Voltamos para comer. As nove montamos nos camelos e começamos o safari. No começo a altura do camelo impressiona e sinto as pernas um pouco incomodas. Passados alguns minutos me acostumei. Fiquei um pouco surpreso ao ver que a vegetação local era verde e abundante. Um dos guias me disse que há muitos anos não chovia mas que esse Mousson foi muito forte. Depois de algumas horas paramos para comer em baixo de uma árvore. Comida típica do Rajasthan. Tudo fresco e feito na hora. Depois do almoço o tempo fechou. Aqui estou, fazendo um safari no meio de um deserto verde e chovendo. Tudo parece um pouco surreal. Depois que a chuva parou retomamos o passeio. No final da tarde alcançamos umas dunas. Por fim areia. Desmontamos e os guias começaram a preparar o acampamento. Caminhamos até o ponto mais alto para apreciar o por do sol(nublado por sinal). Minhas pernas latejavam, se você não esta acostumado a andar à camelo eu sugiro que faça um test-drive antes de ir à um safari. Quando nos chamaram para jantar vimos chegar um visitante. Vestido todo de branco, montava um camelo mais alto que os nossos. Nos comprimentou com um gesto de cabeça. Logo nos perguntou: "Like beer?". Ainda sem acreditar no que acabara de ouvir lhe perguntei o preço. 150 rps(5 reais aprox). Recapitulando: Camel Safari, deserto verde, chovendo e agora temos um Camel Beer Delivery?¿?¿? Surreal. Compramos duas garrafas por cabeça e fomos comer. Antes de dormir olhei em volta e só via dunas e um céu estrelado de uma forma difícil de explicar. Essa sensação compensa as dores nas pernas...
sábado, 18 de septiembre de 2010
13/09/2010
No hospital há duas horas e ainda nao sabia o resultado. Supostamente pegaria um ônibus as 14:00 para sair da cidade. O dotor Goyal ao ver os exames decidiu que eu deveria fazer uma tomografia. Espero outras tres horas. As pedras ainda nao sairam e perdi o onibus. Volto para o albergue um pouco decepcionado mas decidido. Vou seguir viagem sim ou sim. Kevin e eu decidimos pegar o trem das onze para Jaisulmer. Fizemos a reserva mas estávamos na lista de espera e havia a possibilidade de nao embarcar. Nos informaram que havia um grande festival Hindu perto do nosso destino e por isso todos os meios de transporte estavam lotados. Por volta das 22:00 confirmamos os nossos bilhetes. Ao chegar à estaçao Caos. Para chegar a plataforma demoramos o triplo do tempo do normal. O trem já estava lotado e nossas poltronas ocupadas. Tentei explicar que haviamos comprado aqueles assentos. Inútil discutir com pessoas do campo que nao falam o inglês. Um senhor que passava por ali interveio à nosso favor. A situaçao só se resolveu meia hora depois quando a polícia entrou e expulsou à metade do trem por falta de bilhete. As 23:00 em ponto começamos a andar. Nem acreditei que o trem se movia e que estava saindo de Jodhpur, por fim....
Com pedra ou sem pedra!
Me sinto melhor, as dores e febre passaram. Amanha volto ao hospital para confirmar que esta tudo em ordem. No café da manha conheço um Irlandes e duas Espanholas. Eles tinham planejado um passeio pela muralha do forte. Decido acompanha-los. Saimos por volta das onze da manha. Nos perdemos pelo centro mas ao ver a muralha fomos na sua direçao. A parede de rocha parecia ser inacessivel. Após alguns minutos de caminhada encontramos uma escadaria. Começamos a subir até chegar um ponto que tivemos que escalar para prosseguir. A primeira mina sobe sem problemas, seguida por Kevin. Paula começa a subir mas fica bloqueada no meio do caminho por alguns instantes. Minha vez. Ao fazer o primeiro movimento com a perna a calça rasga. O grupo que acompanha a nossa "aventura" nao para de rir la embaixo. Por fim chegamos ao topo, mas ao chegar percebemos que estamos na muralha errada. Para piorar a situaçao a decida pelo ponto que subimos era bem perigosa. Durante esse período de indecisao uns vinte indianos nos rodeavam. Todos querendo tirar fotos conosco. Explicamos que queriamos descer mas todos riam. Ao ver que nossas caras deixavam de ser amigáveis um deles nos mostra a saída mais fácil. Em 5 minutos estávamos de volta a cidade. Fomos directos à cafeteria descançar no ar condicionado. Desistimos de subir na muralha e fomos ao forte ver o por do sol. A vista da cidade faz juz ao nome. Se ve tudo azul. Terminamos o dia no albergue tomando umas brejas. O irlandes tem mais ou menos os mesmos planos que eu e por isso decido viajar com ele pelo Rajastan. Com pedra o sem pedra, amanha sigo viagem.
jueves, 16 de septiembre de 2010
A recomendação do médico estava errada. Os remédios eram contra-indicados para o tratamento de pedra nos rins. Com o suporte da família consigo a informação correta e começo o tratamento. Os dias passam preguiçosos. Tenho muita vontade de seguir viajando. Desde domingo estou na cidade azul, a segunda maior cidade do Rajasthan. As ruas tem muita vida. O comércio, os hotéis e os restaurantes abrem suas portas à rua. O movimento de pessoas é constante. Religiões e classe sociais diferentes coexistem no mesmo ambiente. Nao posso caminhar muito porque tenho que evitar transpirar(parte essencial do tratamento das pedras é urinar o máximo possível). Passo horas sentado em bares ou cafés observando. Achei uma cafeteria que faz um bom espresso, coisa rara na Índia. O local se chama "Café Espresso" e fica próximo à torre do relógio. Além da qualidade do café o lugar tem ar-condicionado o que para a minha condição atual é perfeito. Entre cafés, cigarros e fotos vou matando o tempo. Mesmo sabendo que o tempo se mata sozinho as vezes é bom ter "armas" para acelerar o processo. Wanna hit the road ASAP!!!
viernes, 10 de septiembre de 2010
eita moça companheira...
vejo o tempo passar,
observo,
só, sozinho, desacompanhado,
mas ela sabe a hora de me fazer companhia,
chega e fica,
presente e ausente,
amiga e inimiga,
faz parte de mim e não tem nem ideia de quem sou,
ela também sabe ficar em silêncio,
só, sozinho, acompanhado,
solidão e eu,
eu e a solidão,
observamos,
juntos vemos o tempo passar,
afinal nós temos todo o tempo do mundo.
observo,
só, sozinho, desacompanhado,
mas ela sabe a hora de me fazer companhia,
chega e fica,
presente e ausente,
amiga e inimiga,
faz parte de mim e não tem nem ideia de quem sou,
ela também sabe ficar em silêncio,
só, sozinho, acompanhado,
solidão e eu,
eu e a solidão,
observamos,
juntos vemos o tempo passar,
afinal nós temos todo o tempo do mundo.
jueves, 9 de septiembre de 2010
há, na vida, algo mais belo que o inesperado?
vago sem rumo nem destino,
caminho em direção ao desconhecido...
sei quando chego sem saber quando parto,
não tenho planos e assim prefiro...
vagando e caminhando,
me perdendo logo me achando...
sigo assim, sem rumo nem destino.
caminho em direção ao desconhecido...
sei quando chego sem saber quando parto,
não tenho planos e assim prefiro...
vagando e caminhando,
me perdendo logo me achando...
sigo assim, sem rumo nem destino.
martes, 7 de septiembre de 2010
parece brincadeira
Acordo sem dor. Espero o contacto do seguro até as 11:00 e nada. Ligo para a central de atendimento cobrando alguma informação. Em dez minutos recebo a notícia que me esperam no hospital Goyal. Ligo para o Sr. Namit para lhe perguntar sobre a qualidade do hospital em questão. Me disse que é o melhor da cidade e que mandaria o seu motorista me buscar no albergue para me acompanhar. Ao chegar sou informado que todos os hospitais e clínicas do estado estão em greve. A secretária se limita a dar essa informação. Ligo para o Brasil para pedir explicações. Como que me mandam ao local sendo que estão em greve. Em meia hora um indiano, responsável pelo meu seguro saúde na Índia, me ligou. Disse que falou com o dono do hospital e que ele aceitara me receber. Pego um táxi e volto. Chegando um segurança abre a porta e me acompanha até o consultório do Dr. Anand Goyal. Despois de conversarmos ele me confirma o diagnóstico, pedra no rim e me encaminha para fazer os exames. O hospital estando vazio pela greve facilita toda a operação. Em uma hora tinha os exames na mão. Resultado: algumas pedras de pequeno porte no rim direito. O Dr. me prescreve os medicamentos necessários para a expulsão das pedras. Com a tranquilidade de saber que o pior já passou volto para o albergue e descanso o resto do dia.
Segurando a onda
Se eu pensava que dez dias de meditação seriam complicados é porque eu não sabia o que viria depois...
Na manha que sai do centro vipassana comecei a sentir a mesma dor na região inferior das costas. Estava acompanhado de outros estudantes, uma senhora de Goa chamada Deborah e o senhor Namit, de Jodhpur. Tínhamos planejado uma volta pela cidade e logo almoçar na casa do Sr. Namit. No caminho a dor começou a ficar mais intensa e pedi que me acompanhassem ao albergue. Chegando lá tomei um analgésico e almocei. Uma hora mais tarde a dor aumentou. Tentei entrar em contacto com o meu padrasto, que é clínico geral, mas não consegui. Liguei então para a minha madrasta que também é médica. Ninguém respondeu o telefone. Decidi entrar em contacto com a Deborah e lhe expliquei a situação. Ela se prontificou a passar numa farmácia para comprar um combinado de analgésico, antiflamatório e relaxante muscular. Nesse intervalo de tempo recebi a ligação da Tatiana, mulher do meu pai. Explico a dor e os sintomas e ela conclui que é muito provável que seja uma pedra no rim. A dor continua e não encontro nenhuma posição confortável. Depois de 5 horas ineterruptas de dor, vomito. Nesse momento a senhora de Goa chega com os medicamentos. Trouxe também um Spray. Ao aplica-lo sinto um pouco de alívio, mas o efeito dura pouco. Consigo entrar em conctato com o meu padrasto e ele também confirma o diagnóstico feito pela Tatiana. Me disse para ir à uma farmácia e comprar um comprimido chamado Tramadol. O filho do dono do albergue se oferece para me acompanhar em sua moto. No começo não gosto muito da ideia já que uma viagem em moto não seria muito agradável nessas condições. No final, com a esperança de encontrar algo que acabasse com a dor, aceito. Subo na garupa e partimos. Na primeira parada nada, na segunda portas fechadas. Nesse momento ele me pergunta se não prefiro ir a um "mágico" para que possa ser examinado. Respondo que preferiria tentar um pouco mais. Na terceira tentativa, bingo. Ao chegar no albergue tomei o comprimido, mas na verdade já me sentia bem melhor. Parece que o passeio de moto acomodou a pedra de uma forma que não a sinto. Acciono o seguro saúde. Amanha hospital e exames. Que divertido...
Na manha que sai do centro vipassana comecei a sentir a mesma dor na região inferior das costas. Estava acompanhado de outros estudantes, uma senhora de Goa chamada Deborah e o senhor Namit, de Jodhpur. Tínhamos planejado uma volta pela cidade e logo almoçar na casa do Sr. Namit. No caminho a dor começou a ficar mais intensa e pedi que me acompanhassem ao albergue. Chegando lá tomei um analgésico e almocei. Uma hora mais tarde a dor aumentou. Tentei entrar em contacto com o meu padrasto, que é clínico geral, mas não consegui. Liguei então para a minha madrasta que também é médica. Ninguém respondeu o telefone. Decidi entrar em contacto com a Deborah e lhe expliquei a situação. Ela se prontificou a passar numa farmácia para comprar um combinado de analgésico, antiflamatório e relaxante muscular. Nesse intervalo de tempo recebi a ligação da Tatiana, mulher do meu pai. Explico a dor e os sintomas e ela conclui que é muito provável que seja uma pedra no rim. A dor continua e não encontro nenhuma posição confortável. Depois de 5 horas ineterruptas de dor, vomito. Nesse momento a senhora de Goa chega com os medicamentos. Trouxe também um Spray. Ao aplica-lo sinto um pouco de alívio, mas o efeito dura pouco. Consigo entrar em conctato com o meu padrasto e ele também confirma o diagnóstico feito pela Tatiana. Me disse para ir à uma farmácia e comprar um comprimido chamado Tramadol. O filho do dono do albergue se oferece para me acompanhar em sua moto. No começo não gosto muito da ideia já que uma viagem em moto não seria muito agradável nessas condições. No final, com a esperança de encontrar algo que acabasse com a dor, aceito. Subo na garupa e partimos. Na primeira parada nada, na segunda portas fechadas. Nesse momento ele me pergunta se não prefiro ir a um "mágico" para que possa ser examinado. Respondo que preferiria tentar um pouco mais. Na terceira tentativa, bingo. Ao chegar no albergue tomei o comprimido, mas na verdade já me sentia bem melhor. Parece que o passeio de moto acomodou a pedra de uma forma que não a sinto. Acciono o seguro saúde. Amanha hospital e exames. Que divertido...
reflexao
Estar na Índia:
Bem bacana
Praticar Vipassana Meditation:
Muito bom, mas trabalho duro
Estar em qualquer lugar no mundo e descobrir uma pedra no rim:
Insuportável
Bem bacana
Praticar Vipassana Meditation:
Muito bom, mas trabalho duro
Estar em qualquer lugar no mundo e descobrir uma pedra no rim:
Insuportável
lunes, 6 de septiembre de 2010
Viagem ao Interior - Mester of the Mind
Meu voto de silêncio terminou hoje. Foram 10 dias vivendo como um monge. Dez dias praticando e experimentando Vipassana. Vipassana é um tipo de meditação que é feita através da observação individual e tem como objectivo alcançar a iluminação. Para que esse estado seja alcançado o indivíduo tem que aplicar na sua vida do dia-a-dia alguns conceitos e valores determinados. Antes de começar a narrativa da minha experiência quero esclarecer alguns pontos. Desde a minha adolecencia eu nunca fui uma pessoa religiosa e nunca busquei nenhum tipo de realização espiritual. Acredito que religiões e seitas são utilizadas para suprir a necessidade de respostas sobre o desconhecido e também para amenizar a dor de uma triste existência. É mais fácil esperar a intervenção divina do que correr atrás de uma vida melhor. Outro ponto que gostaria de deixar claro é como descobri esse curso. Seguindo minha política de não fazer planos eu não tinha procurado nenhuma informação sobre cursos de meditação, por mais que estivesse interessado em fazer algum durante a minha estadia na Índia. Em uma conversa com Paul ele me contou que frequentou um curso no qual ensinavam a meditação praticada por Gotama the Buddha. Esse fato foi o suficiente para convencer me de que esse era o tipo de meditação que eu experimenta ria. Depois de enviar o pedido de inscrição ele me contou que não terminou o curso. No mesmo dia fico sabendo que um amigo que mora em Sampa também tinha frequentado e abandonado o mesmo curso. Até então não entendia o porque os dois recomendavam algo que não haviam concluído.
Haviam outras regras , entre as quais: Pontualidade, voto de silêncio, nenhum tipo de integração entre os participantes(recomendaram caminhar olhando para o chão), proibido o uso de qualquer aparelho electrónico, proibido livros e qualquer objecto que possa distrair a mente, separação entre homens e mulheres, ..., proibida a pratica de qualquer actividade física(excepto caminhar). Os horários a serem seguidos eram:
04:00 acordar
04:30-06:30 meditação
A organização do centro providência todo o necessário para a estadia e tudo é de graça. Caso o aluno deseje é possível realizar uma doação no último dia. Me explicou que para aprender o verdadeiro Dhamma(caminho à iluminação) é necessário viver da doação de terceiros e também se comprometer completamente ao programa durante a sua duração do mesmo.
Cheguei em Jodhpur as 08:00 do dia 25/10. Tinha que estar no "Meditation Center" antes das 16:00. Como decidi que iria passar alguns dias na cidade depois do termino das aulas preferi ir a um cyber-cafe para tomar café da manha e actualizar algumas coisas na net. Quatro horas mais tarde já não tinha nada mais o que fazer, então subi em um "auto" e fui para o centro. Chegando lá fui recebido por um ajudante chamado Amit. Ele me acompanhou até meu quarto e me explicou as regras. Tinha que seguir 5 leis:
- não matar;
- não matar;
- não roubar;
- não praticar sexo;
- não usar drogas;
- não mentir;
Haviam outras regras , entre as quais: Pontualidade, voto de silêncio, nenhum tipo de integração entre os participantes(recomendaram caminhar olhando para o chão), proibido o uso de qualquer aparelho electrónico, proibido livros e qualquer objecto que possa distrair a mente, separação entre homens e mulheres, ..., proibida a pratica de qualquer actividade física(excepto caminhar). Os horários a serem seguidos eram:
04:00 acordar
04:30-06:30 meditação
06:30-08:00 café da manha e descanso
08:00-09:00 meditação(na mesma posição)
09:00-11:00 meditação
11:00-13:00 almoço e descanso
13:00-14:30 meditação
14:30-15:30 meditação(na mesma posição)
15:30-17:00 meditação
17.00-18:00 jantar e descanso
18:00-19:00 meditação(na mesma posição)
19:00-2030 vídeo de reflexão sobre o dia
20:30-21:00 meditação
21:00-21:30 perguntas ao professor
21:45 dormir
A organização do centro providência todo o necessário para a estadia e tudo é de graça. Caso o aluno deseje é possível realizar uma doação no último dia. Me explicou que para aprender o verdadeiro Dhamma(caminho à iluminação) é necessário viver da doação de terceiros e também se comprometer completamente ao programa durante a sua duração do mesmo.
Vipassana quer dizer insight(olhar para dentro). A técnica existe há muito tempo mas foi há 2500 anos atrás quando o príncipe Siddhattha se tornou um Buddha(ser iluminado) através dessa pratica e a partir daí foi ensinada por toda Índia e logo se difundiu pela Asia. Esse tipo de meditação não tem vínculo com nenhuma seita ou religião e pode ser praticada por qualquer pessoa independente do sexo, etnia ou religião.
Voltando a minha experiência. O ajudante veio me chamar para jantar. Comida vegetariana e sem sal, o que seria uma constante nos próximos dias. Depois do jantar uma palestra do professor e um vídeo informativo do S.N. Goenka, actual mestre Vipassana. As 20:00 fui ao quarto e esperar até a manha do dia seguinte para o começo oficial do curso.
Às quatro da manha o alarme toca. Cinco minutos depois um sino começa a soar. Sonolento me levanto, me visto e alongo um pouco. Ao entrar na sala principal vejo trinta almofadas divididas em cinco fileiras. Quatro fileiras no lado esquerdo reservadas aos homens e a restante ao lado direito para as mulheres. Em total somos 18 estudantes, todos indianos menos eu. O professor sentado no fundo da sala coloca uma fita cassete para tocar. É uma gravação do Goenka na qual ele explica os primeiro passos da técnica. Ao longo do dia as horas de meditação consistiram em observar a respiração natural(pelo nariz e sem forçar um ritmo). A minha mente se acalmou rapidamente e na mesma velocidade o meu corpo começou a reclamar das dores musculares. Normal, era a primeira vez na vida que meditava e há anos que não pratico nenhum tipo de actividade física. Quando volto para o quarto as 21:30 tomo uma ducha e apago.
No segundo dia acordo sem dificuldades mas ainda sinto uma leve dor nas costas. Hoje, além de observar a respiração tenho que estar atento à entrada e saída do ar. As dores nas pernas são muito forte mas decido bancar o macho e as ignoro. Me surpreendo ao perceber que já fazem mais de 48 horas sem nicotina e não tenho nenhuma vontade de ascender um cigarro. Ao final do dia peço ao professor autorização para sentar me junto à parede para apoiar as costas em caso de muita dor. Ele autoriza. Os vídeos do mestre as 19:00 inspiram confiança e vontade de seguir esforçando-me a dominar a minha mente.
Do terceiro ao quinto dia passamos a observar sensações na região do rosto, principalmente no nariz e acima do lábio superior. Nos ensinam que nada é permanente. Todas as sensações vem e vão e todas elas, sejam positivas ou negativa, são iguais. Durante esses dias a minha postura melhora e as dores apesar de presentes não afectam a minha concentração. Já me acostumei com os horários e tenho acordado sem o despertador. É impressionante como o corpo muda tão rapidamente.
O sexto dia veio e com ele vários sentimentos. Insegurança, raiva e vontade de desistir. A dor física aumentou e minha mente tentava me convencer de arrumar minhas coisas e sair dali. Ao final do dia procurei o professor e expliquei a situação. Ele riu e disse: "Just like the body sensations your emotions will come and go. And this need of running away is nothing more than your old lifestyle trying to recover control. Work patiently and persistently." Fui ao quarto e meditei deitado, adormeci.
Acordei no sétimo dia me sentido melhor e decidi ir até o final. O calor estava insuportável, algo em torno aos 35 graus, e a concentração era difícil. Insisti por um tempo mas também não lutei muito já que nessa altura do campeonato já estava convencido que a melhor atitude é a da observação e não a da reaçao. Com essa mentalidade os últimos dias se passaram. Bons e maus momentos se entrelaçavam e eu os observava. Senti que minha meditação ficou mais forte e que controlava melhor a minha mente. Estava pronto para concluir o curso sentindo muita positividade.
Na manha do décimo dia, na última hora de meditação uma dor começou a me incomodar. Sentia uma palpitação na altura do rim direito como se fosse uma dor no lombar muito forte. Em dez minutos me levantei e se tornou insuportável. Me levantei e me dirigi à porta. O assistente me seguiu e apontou ao meu lugar. Olhei no fundo de seus olhos e nesse momento a intensidade da dor era tanta que lágrimas começaram a brotar de meus olhos. Ele entendeu que era sério e me acompanhou a sala ao lado, aonde poderia meditar deitado. Ao terminar essa sessão fui ao quarto e tomei um Tilenol. Em meia hora a dor começou a diminuir e logo passou. O professor ao me ver sorriu. Logo me disse que tinha muita sorte porque dores tão intensas significam que a mente esta purificando feridas muito graves. Cheguei até a noite sem nenhuma dor. Agora só faltava assistir um vídeo e ir para a cama. Arrumei o mochilao e tomei um banho demorado. Acordei na manha seguinte com muita satisfação por ter concluído esse intensivo. Foi uma das experiências mais significativas da minha vida. Não pela meditação em si mas pelo auto-controle e pela superaçao das dificuldades. Recomendo essa prática a todas as pessoas, mas tenham em mente que o esforço físico é enorme então vale a pena uma preparação prévia. Dez dias sem fumar, sem falar, sem comunicação, sem distraçoes e em pleno contacto comigo mesmo. Concordo com o que Goenka falou no primeiro video: "Even if you finish the course knowing that you won´t do vipassana never again you´ll go out being the Master of your Mind"
lunes, 23 de agosto de 2010
mente aberta corpo fechado
22/10/2010
Hoje completei um semana na Índia. Passei todos esses dias em Delhi, adaptando com o clima, fuso horário, comida, costumes,... , e pessoas. Já é hora de seguir viagem. Deixo a capital sem ter visto os pontos turísticos, mas conheci pessoas. Essas pessoas fizeram a minha estadia valer a pena. Zee e Rouf abriram a porta de sua casa e me fizeram sentir na minha própria casa. Zee é indiano, tem um metro setenta e pele bem escura. Trabalha para a Microsoft Índia e é bastante culto. Ele me deu várias informações sobre a cultura local e me indicou vários restaurantes de comida local. Rouf é da Kashmira e fala um inglês perfeito. Com ele conheci a Delhi nocturna, vários clubs e várias pessoas. Além dos anfitrioes conheci a Paul, um cara da Latvia(http://en.wikipedia.org/wiki/Latvia) que é um viajante, mais que isso é um espírito livre. O cara já rodou a Europa de carona e também de carro, para pagar as viagens joga poker online... conheci também um suiço chamado David, "apenas" 24 anos sendo que os últimos 6 anos viajando. Ele já morou um ano e meio na China, dois anos no Peru(um deles numa comunidade na selva) e um na Índia, sem falar das viagem rápidas(coisas de um ou dois meses). Tê-los conhecido me incentiva a seguir o meu caminho. E assim o faço. Na terça dia 24, saio daqui em um trem com destino à Jodhpur. Ao chegar na cidade pego um auto e vou ao centro Vipassana(http://pt.wikipedia.org/wiki/Vipassana) na periferia da cidade. Farei um curso de meditação de 10 dias, no qual não terei nenhum acesso a equipamentos electrónicos, comunicação ao mundo exterior, livros, ..., enfim serão dias de comer, meditar e dormir... Detalhe, passarei meu 27 aniversário no retiro....
Sendo assim, não fiquem preocupados por falta de notícias já que estarei em boa companhia, em caso de urgência ligar para o disque energia e tentar estabelecer uma conexão cósmica com a minha essência, rsrsrs
domingo, 22 de agosto de 2010
easy rider
Conhecendo viajantes, pessoas que tem na mochila sua casa.
Cidadãos do mundo, que fazem de viajar uma escolha de vida.
O que você faz da vida, perguntam.
Viajante é a resposta.
Viajar é preciso e para pagar sempre se da um jeito. Uns jogam poker, outros contrabandeam.
Alguns são ricos, outros tem grana para passar mais uma semana.
Todos tem uma certeza: seguir na estrada.
Pessoas querem saber o porque e de onde tiram a "coragem" para vagar sem rumo definido por esse mundo a fora. Para saber essas infos só tem um jeito: pack and hit the road.
viernes, 20 de agosto de 2010
...
Venho de longe e vou para longe,
deixando rastros na memória de quem conheço;
Aprendo com os que estão à minha volta,
além de aprender de mim mesmo;
Quero conhecer pessoas,
mas também conhecer o silêncio;
Porque sempre olhar para fora,
e deixar um vazio por dentro?
sociedade completa
mas,
pessoas incompletas
será tão difícil entender, que a felicidade está directamente relacionada com a busca do auto-conhecimento?
Info´s Úteis n,1
- Comer com a mão direita;
- Cumprimentar as pessoas com a mão direita;
- Higiene Pessoal com a mão esquerda( aqui não usam papel higienico, o que justifica as sugestões 1 e 2...);
- Nunca encoste nas pessoas com os pés( os pés são considerados a parte mais suja do corpo);
- Beber água directamente da garrafa é aceitável desde que a boca não entre em contacto com o gargalo;
- Uma garrafa de 1lt. de água custa 15 rps(sempre confira o lacre da tampa);
- Em todos os produtos industrializados está escrito o preço máx. a ser cobrado;
- Antes de entrar em um "auto"(mini-taxi de cor verde-amarela) negocie o preço;
- Barganhar é o lema;
- Ao pedir informação peça à 5 pessoas diferentes e faça regra de três para saber aonde ir;
- Não acredite nos guias turísticos(de todas agências que dizem ser reconhecidas pelo ministério de turismo menos de 5% são de verdade);
19/08/2010
Tenho que controlar melhor meus gastos. Ainda estou no ritmo europeu/brasileiro(hj em dia, da no mesmo) e se sigo assim a viagem vai ser mais curta do que o "planejado". O bom é que cheguei a essa conclusão antes mesmo de completar uma semana aqui. Também tenho que levar em conta que Delhi é a cidade mais cara da Índia e por isso as rupias voam. Ainda não decidi meu roteiro mas a cada dia que passa começo a ter uma ideia do que fazer. Acredito que ao sair da capital vou me dirigir à um ashram(http://pt.wikipedia.org/wiki/Ashram). Passar alguns dias sem fumar e levantando as quatro da manha para meditar me farão bem. Estou com vontade de ficar em silêncio e de estar num ambiente calmo. Enquanto isso não acontece vou pouco a pouco conhecendo N.D. ...
Acho que começo a entender a forma de agir dos locais. Actualmente os divido em três categorias:
- os que querem me passar a perna: motoristas de taxi(hijos de puta); agentes de viagem(sempre tentando vender um produto de baixa qualidade por um alto preço); e os pseudo-amigos(jovens indianos que supostamente querem ser meus amigos. Nesse país, ter amigos estrangeiros e brancos é um símbolo de riqueza, em alguns ciclos sociais é até considerado fashion... fala sério...);
-os que vêem o estrangeiro como um hospede: por tradição, sócio-religiosa, um hospede deve ser tratado como um "deus". Sendo assim, a pessoa no papel de anfitrião fará o possível e o impossível para que você se sinta em casa;
-os que são indiferentes: provavelmente por barreira linguística eles não estão nem ai se você existe;
A verdade é que em vários aspectos o Brasil se parece à Índia. Nos dois países os ricos são muito ricos e os pobres muito pobres. E os pobres mesmo sendo muito pobres são felizes(ou parecem). Outra semelhança é a corrupção existente em ambos. A polícia é corrupta e os políticos mais ainda. E quem disse que o "jeitinho" é coisa só de brasileiro? Venha ver como funcionam as coisas por aqui, tenho certeza que você vai mudar de opinião...
martes, 17 de agosto de 2010
Viajante, nao Turista!
Quando chego em uma cidade desejo me perder ao invés de comprar um mapa;
As fotos que gosto de tirar são de pessoas e não de monumentos;
Prefiro provar a comida local do que comer junkfood;
Porque comprar cartões postais já que eles não contem memórias pessoais?;
Para que contratar um guia se posso conhecer pessoas que me mostrarão a verdadeira vida local;
Não quero subir em um ónibus turístico repleto de estrangeiros, muito melhor usar o transporte público e estar em contacto com os nativos;
A razão que me motiva a viajar é ver e tentar entender culturas diferentes da minha, isso me ajuda a ver e tentar entender me melhor;
Ainda assim, algumas pessoas não conseguem distinguir que o que eu faço é viajar e não turismo...
ps: texto dedicado a todos aquele que ao botar a mochila nas costas buscam algo mais que tirar fotos na frente dos pontos turísticos.
As fotos que gosto de tirar são de pessoas e não de monumentos;
Prefiro provar a comida local do que comer junkfood;
Porque comprar cartões postais já que eles não contem memórias pessoais?;
Para que contratar um guia se posso conhecer pessoas que me mostrarão a verdadeira vida local;
Não quero subir em um ónibus turístico repleto de estrangeiros, muito melhor usar o transporte público e estar em contacto com os nativos;
A razão que me motiva a viajar é ver e tentar entender culturas diferentes da minha, isso me ajuda a ver e tentar entender me melhor;
Ainda assim, algumas pessoas não conseguem distinguir que o que eu faço é viajar e não turismo...
ps: texto dedicado a todos aquele que ao botar a mochila nas costas buscam algo mais que tirar fotos na frente dos pontos turísticos.
lunes, 16 de agosto de 2010
reflexao pessoal...
O cansaço se foi, e com ele a insegurança. Recalibrei as energias e saio à explorar essa Nova Delhi, que de nova só tem o nome.
Começo a entender que o sorriso do indiano nem sempre é amigável. Por tradição e costume as pessoas sorriem, e com um sorriso de orelha a orelha alguns tentaram me passar a perna. Motoristas de táxi querem de todas as formas ganhar mais do que o justo. Cheguei a escutar que o taxissimetro não funcionava pela humidade. Enfim, filha da puta existe em qualquer parte do mundo. Então, se o lance é jogar sujo eu também posso. Armo o meu melhor melhor sorriso e digo: "fuck off, I´m leaving the cab". Milagrosamente o aparelho volta a funcionar. Pra cima de mim neguim? De bobo só a forma de falar e caminhar, e para por ai.
O fato de estar em um país totalmente diferente não quer dizer que tenha que me relacionar com pessoas completamente diferentes. Aprendi a lição no primeiro dia quando decidi sair da primeira casa. Já no terceiro dia na Índia tenho a sensação que amo e odeio esse país. E para que fique claro, adoro isso. As relações de ódio e amor sao intensas e é exactamente esse tipo de relações que busco. Anyway, fuck the taxi drivers!!!
Começo a entender que o sorriso do indiano nem sempre é amigável. Por tradição e costume as pessoas sorriem, e com um sorriso de orelha a orelha alguns tentaram me passar a perna. Motoristas de táxi querem de todas as formas ganhar mais do que o justo. Cheguei a escutar que o taxissimetro não funcionava pela humidade. Enfim, filha da puta existe em qualquer parte do mundo. Então, se o lance é jogar sujo eu também posso. Armo o meu melhor melhor sorriso e digo: "fuck off, I´m leaving the cab". Milagrosamente o aparelho volta a funcionar. Pra cima de mim neguim? De bobo só a forma de falar e caminhar, e para por ai.
O fato de estar em um país totalmente diferente não quer dizer que tenha que me relacionar com pessoas completamente diferentes. Aprendi a lição no primeiro dia quando decidi sair da primeira casa. Já no terceiro dia na Índia tenho a sensação que amo e odeio esse país. E para que fique claro, adoro isso. As relações de ódio e amor sao intensas e é exactamente esse tipo de relações que busco. Anyway, fuck the taxi drivers!!!
domingo, 15 de agosto de 2010
keep walking....
Sai do centro de Delhi e me dirijo à periferia. Consegui outra casa para ficar, espero que dessa vez me sinta mais confortável. Por mais que os caras que me hospedaram na primeira noite fossem boa gente a verdade é que me senti um pouco incomodo. Dormir no chão depois de três dias viajando e não ter condições de tomar um banho descente contribuíram para esse estado.
Vamos lá, mala fechada e rua. Peguei o metro na estação de Model Town até a parada final. Desci e esperei o ónibus 745. Tinha que parar na estação Green Park para pegar outro metro. O motorista me deixou à dois km de onde eu deveria descer. A caminhada com o mochilao de 15 kg nas costas mais a mochila do equipamento foi dura. Especialmente porque as informações que me davam na rua não faziam sentido(a populaçao aqui responde por responder, é o que parece). Uma hora de caminhada e consigo chegar ao metro. Embarco em direçao a Huda City Center. Chego na casa de meu novo host, Rouf, primeira impressão: cara divertido e cidadão do mundo. Ele divide a casa com mais duas pessoas. Um cara e Delhi e uma mina da Polônia. Os três levam o CouchSurfing bem a sério. Além de mim, outros dois mochileiros estão hospedados aqui. Acho que vou conseguir ficar uns 4 dias aqui e assim vou ter tempo para descansar e decidir o que vou fazer. Aparentemente não tem como fugir da chuva então acho que vou manter ao plano original e partir ao Nepal. Ainda estou meio perdido e pra dizer a verdade até um pouco com medo. Medo do desconhecido. Aqui todas as minhas certezas foram por água a baixo. Para ser sincero acho que essa situação na qual me encontro, apesar de "assustadora", é positiva. Noto meus sentidos aguçados. Tenho a sensação que vejo, escuto, e sinto o paladar e os cheiros mais intensamente. Minha cabeça trabalha a ritmo acelerado para tentar assimilar tanta informação. Vamos que vamos que o caminho é largo...
Vamos lá, mala fechada e rua. Peguei o metro na estação de Model Town até a parada final. Desci e esperei o ónibus 745. Tinha que parar na estação Green Park para pegar outro metro. O motorista me deixou à dois km de onde eu deveria descer. A caminhada com o mochilao de 15 kg nas costas mais a mochila do equipamento foi dura. Especialmente porque as informações que me davam na rua não faziam sentido(a populaçao aqui responde por responder, é o que parece). Uma hora de caminhada e consigo chegar ao metro. Embarco em direçao a Huda City Center. Chego na casa de meu novo host, Rouf, primeira impressão: cara divertido e cidadão do mundo. Ele divide a casa com mais duas pessoas. Um cara e Delhi e uma mina da Polônia. Os três levam o CouchSurfing bem a sério. Além de mim, outros dois mochileiros estão hospedados aqui. Acho que vou conseguir ficar uns 4 dias aqui e assim vou ter tempo para descansar e decidir o que vou fazer. Aparentemente não tem como fugir da chuva então acho que vou manter ao plano original e partir ao Nepal. Ainda estou meio perdido e pra dizer a verdade até um pouco com medo. Medo do desconhecido. Aqui todas as minhas certezas foram por água a baixo. Para ser sincero acho que essa situação na qual me encontro, apesar de "assustadora", é positiva. Noto meus sentidos aguçados. Tenho a sensação que vejo, escuto, e sinto o paladar e os cheiros mais intensamente. Minha cabeça trabalha a ritmo acelerado para tentar assimilar tanta informação. Vamos que vamos que o caminho é largo...
sábado, 14 de agosto de 2010
A ficha começa a cair
Bem, agora parece que é verdade. Em plena sexta-feira 13, passado por cima de qualquer supertiçao, tudo esta dando certo. Saí de Frankurt, cheguei em London, já passei pela polícia e agora estou no terminal 4 de Heathrow. Aguardo o último aviáo dessa maratona inter-continetal . No aeroporto da capital inglesa começo a ver um pouco da Índia. Sentado em um dinner peço um cheeseburguer ao guarçom indiano. Na mesa ao lado um casal que parece ter a mesma procedência(ambos com a tonalidade de pele e cabelo iguais a do personagem hindu dos Simpsons). A mulher leva um vestido vermelho longo com detalhes dourados que combina com vária joias de ouro. O homem parece um homem de negócios(terno completo) e ele tambem leva ouro. Termino de comer e vou a sala de espera. Embarco.
8 hrs depois....
Cheguei!!!
Primeira impressão: caos. O shock cultural ainda não bateu, mas ao entrar no táxi e pegar a estrada me assusto. A corrida de táxi do aeroporto à cidade é uma aventura mais intensa que o trajecto Brasil-Índia. Carros, motos, caminhoes, ónibus, pedestres, bicicletas, ..., animais se entrelaçam num balé aonde a ordem parece não existir. A buzina é mais usada que o acelerador. O barulho faz lembrar as incansáveis vuvuzelas da Copa desse ano. Os pedestres se arriscam cruzando avenidas de cinco faixas. As motos levam três ou até cinco pessoas. Todos se cruzam e evitam as colisões por centímetros. Não consegui acreditar que no trajecto de quarenta minutos não vi nenhum acidente. O transito flui como se tratasse de um imenso formigueiro, aonde todos funcionam com um. É a ordem no meio do Caos. Sujeira e mal cheiro também me marcaram. Delhi é uma megalopole sem estrutura para ser-lo. Mas chega de más impressões. O highlight dessa primeira impressão foram as pessoas. A traves de uma "rede social online"(www.couchsurfin.org) conheci a um indiano, Rahul, que me ofereceu um lugar para ficar nos próximos dias. Ao chegar a sua casa ele me disse que não poderia me receber porque um casal de italianos que estavam hospedados com ele decidiram ficar mais um tempo na capital. Antes mesmo que a expressão de decepção viesse ao meu rosto, o meu novo amigo me disse que já havia solucionado o problema. Ligou para um amigo seu e o convenceu de me hospedar. Assim chego eu, de mala e cuia, com um cara que nunca vi na vida na casa de um amigo seu que também não tinha ideia de quem era e fui recebido com um chá e um grande sorriso. Deixei a mala e me joguei no chão. Conversamos um pouco e fui tomar um banho(a verdade é que o banheiro me deixou um pouco assustado mas precisava de relaxar). Depois de sair do banho já tinham preparado um quarto para mim descansar. Dormi 4 horas. Acordei e fui convidado para jantar. Em meia hora o rango chegou. Um arroz picante com frango. Não me deixaram pagar nada. Essa é a primeira opniao que formei da Índia: o diferencial daqui são as pessoas!
8 hrs depois....
Cheguei!!!
Primeira impressão: caos. O shock cultural ainda não bateu, mas ao entrar no táxi e pegar a estrada me assusto. A corrida de táxi do aeroporto à cidade é uma aventura mais intensa que o trajecto Brasil-Índia. Carros, motos, caminhoes, ónibus, pedestres, bicicletas, ..., animais se entrelaçam num balé aonde a ordem parece não existir. A buzina é mais usada que o acelerador. O barulho faz lembrar as incansáveis vuvuzelas da Copa desse ano. Os pedestres se arriscam cruzando avenidas de cinco faixas. As motos levam três ou até cinco pessoas. Todos se cruzam e evitam as colisões por centímetros. Não consegui acreditar que no trajecto de quarenta minutos não vi nenhum acidente. O transito flui como se tratasse de um imenso formigueiro, aonde todos funcionam com um. É a ordem no meio do Caos. Sujeira e mal cheiro também me marcaram. Delhi é uma megalopole sem estrutura para ser-lo. Mas chega de más impressões. O highlight dessa primeira impressão foram as pessoas. A traves de uma "rede social online"(www.couchsurfin.org) conheci a um indiano, Rahul, que me ofereceu um lugar para ficar nos próximos dias. Ao chegar a sua casa ele me disse que não poderia me receber porque um casal de italianos que estavam hospedados com ele decidiram ficar mais um tempo na capital. Antes mesmo que a expressão de decepção viesse ao meu rosto, o meu novo amigo me disse que já havia solucionado o problema. Ligou para um amigo seu e o convenceu de me hospedar. Assim chego eu, de mala e cuia, com um cara que nunca vi na vida na casa de um amigo seu que também não tinha ideia de quem era e fui recebido com um chá e um grande sorriso. Deixei a mala e me joguei no chão. Conversamos um pouco e fui tomar um banho(a verdade é que o banheiro me deixou um pouco assustado mas precisava de relaxar). Depois de sair do banho já tinham preparado um quarto para mim descansar. Dormi 4 horas. Acordei e fui convidado para jantar. Em meia hora o rango chegou. Um arroz picante com frango. Não me deixaram pagar nada. Essa é a primeira opniao que formei da Índia: o diferencial daqui são as pessoas!
12/08/2010
De volta à Europa. Pousei em Frankfurt as 14:00(horário local). Passo sem problemas pela alfândega. Pego o mochilao e vou ao metrô. Meia hora depois já fazia o check-in no Frankfurt-hostal(www.frankfurt-hostal.com). 20 euros a noite, dormitório com oito camas e banhheiro, café-da-manha incluído e wi-fi gratis. O albergue fica na frente da estação de trem principal da cidade, o que facilita muito o transfer ao aeroporto(15 minutos e o ticket vale 3.80). Deixo meus pertences no locker e tomo uma ducha. Saio para dar um role. A área próxima da estação está cheia de "casas eróticas" e restaurantes orientais, me sento em um deles. Peço um phad thai e uma coca cola. Faço a digestão caminhando pelo centro, na verdade o cansaço é tanto que nem aproveito o passeio e em duas horas já estou de volta. Na recepção do hostel há um bar com cerveja fria e barata(2euros) e por incrível que pareça é permitido fumar. Conheço um italiano chamado "Mario Felpa", o papo flui, as cervejas também. Ele me conta que esta à caminho da Costa-Rica, aonde o espera a namorada que partiu uma semana antes desde Milão. Tinha planejado uma viagem de dois meses pela América Central e depois Califórnia mas algo inesperado aconteceu. Não o deixaram embarcar. Já tinha feito o check-in, passado pelo controle e pela alfandega mas ao chegar no portão de embarque foi barrado. A explicação: Mario não tinha o bilhete de volta. Tentou explicar de todas as formas que não tinha comprado simplesmente porque não sabia quando voltaria, já que viajaria por outros países da América central. Não adiantou e perdeu os 600 euros da ida. Comprou outra passagem de ida (700) e uma de volta saindo de São Francisco(390). 1.690 euros a menos na conta bancaria e quatro dias a menos na América. E para não pensar mais nisso me dizia que precisava encher a cara. Por companheirismo decido acompanha-lo nessa corrida para esvaziar garrafas de Beck`s. Com o fuso horário não tenho sono e ficar bêbado ajuda a dormir(desculpa boa verdade?¿'rsrs). Algumas cervejas depois uma loira me chama. Era uma mina que estava atrás de mim no voo de Sampa. Se chama Des, é da Lithuania e fala um português quase perfeito. Nessa mistura de nacionalidades, idiomas e histórias, terminamos com duas dúzias de suco de cevada. O somo vem por volta da 01:30. A dormir que amanha me esperam muitas horas de viagem...
jueves, 12 de agosto de 2010
chá de...
Aeroporto de Guarulhos, dia 11/08/2010
Levo já oito horas fora de "casa". Saí do Recreio dos Bandeirantes(R.J.) as 11:30 de hoje. Peguei um voo para São Paulo as 14:15 para pegar uma conexão com destino a Frankfurt. Caso o avião saia na hora(21:55), chegarei na Alemanha por volta das 10:30(horário de Brasília). Do dia 12 para o 13 durmo na cidade. Na sexta-feira as 17:00(hora local) embarcarei para Londres, aonde vou esperar ate as 20:35 para ir a Nova Delhi. Ainda não fiz o somatório de horas, mas o chá de aeroporto já esta surtindo efeito no formato da minha bunda. Estilo quadrada, ta ligado? Para aliviar o marasmo, internet. Para acalmar os nervos, cigarro(escondido no banheiro de cadeirantes, já que nos aeroportos brasileiros não existem áreas habilitadas para fumantes). A verdade é que essas tácticas tem funcionado, só agora começo a olhar o relógio. São 20:33, ainda falta uma hora para o embarque. Acho que vou dar uma passadinha no free-shop, quem sabe encontro uns óculos escuros(patrocinados pelo titio Zapatero, lógico)....
Levo já oito horas fora de "casa". Saí do Recreio dos Bandeirantes(R.J.) as 11:30 de hoje. Peguei um voo para São Paulo as 14:15 para pegar uma conexão com destino a Frankfurt. Caso o avião saia na hora(21:55), chegarei na Alemanha por volta das 10:30(horário de Brasília). Do dia 12 para o 13 durmo na cidade. Na sexta-feira as 17:00(hora local) embarcarei para Londres, aonde vou esperar ate as 20:35 para ir a Nova Delhi. Ainda não fiz o somatório de horas, mas o chá de aeroporto já esta surtindo efeito no formato da minha bunda. Estilo quadrada, ta ligado? Para aliviar o marasmo, internet. Para acalmar os nervos, cigarro(escondido no banheiro de cadeirantes, já que nos aeroportos brasileiros não existem áreas habilitadas para fumantes). A verdade é que essas tácticas tem funcionado, só agora começo a olhar o relógio. São 20:33, ainda falta uma hora para o embarque. Acho que vou dar uma passadinha no free-shop, quem sabe encontro uns óculos escuros(patrocinados pelo titio Zapatero, lógico)....
miércoles, 11 de agosto de 2010
Diálogo

Policial Federal: Boa noite senhor, passaporte e cartão de embarque.
B: Sim senhor.
P.F. : O senhor poderia tirar o chapéu.
B: Sem problema.
P.F. : Ainda não te reconheço, você poderia colocar o bigode.
B:kkkkk
P.F. :kkkkk, boa viagem senhor.
B:kkkkk
PS: com uma despedida dessas quero ver como vai ser a chegada na Europa...
De tao relaxado que estou quase perco o voo...
Não sei o porque dessa minha convicção que meu voo saia do Rio no dia 14/08. O fato é que no dia 14 estarei pousando na Índia. Hoje, "por mera casualidade da vida", decidi confirmar o horário marcado para a minha partida. Tinha combinado com a Ju que ela me pegaria em Congonhas no sábado a tarde e me deixaria Guarulhos à noite para o embarque internacional. Ao abrir meu e-mail vejo a hora. 16:32 do dia 11/08/2010. Que?¿?¿? 11/08????? É amanha. Minha cabeça entra em ebulição. Além de perder alguns dias na cidade maravilhosa ainda tenho que resolver várias coisas. Para variar, deixo tudo para a ultima hora. A mente não para. É impossível sair de um aeroporto e chegar a tempo no outro. Na cidade de São Paulo, dia de semana, as 17:30 e passando pela marginal só chegaria em Guarulhos à tempo se eu tivesse um helicóptero. Liguei para a companhia aérea. Me informaram que eu deveria ir a uma loja para solucionar o problema. São 19:15. Solução: pegar o carro e ir ao Aeroporto Internacional Tom Jobim. 100 euros mais pobre e três horas depois volto para casa do meu pai. Consegui remarcar a passagem, pousarei directo em Guarulhos. Dou uma olhada na minha lista de coisas por fazer, prioridade: comprar remédios e material de higiene pessoal. 132 reais mais pobre e meia hora depois, resolvido. Próximo passo: arrumar a mala. 02:07 ascendo meu ultimo cigarro da noite. Ainda não acredito que quase perdi o avião. Tudo bem que a minha proposta para essa viagem é de não planeja-la, mas "uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa"! Não fazer roteiros, tudo bem, mas errar a data da saída é inadmissível. Enfim, tudo se resolve. Amanha parto para Frankfurt e de lá, Delhi. Assim começo a viagem, nos vemos pelo mundo(se eu não perder nenhum avião rsrsr)!
lunes, 2 de agosto de 2010
ir
dito popular:
"toda jornada começa com um simples passo";
reflexão pessoal:
é melhor eu comprar um passômetro, o primeiro passo foi dado, a jornada é longa e não quero perder a conta...
"toda jornada começa com um simples passo";
reflexão pessoal:
é melhor eu comprar um passômetro, o primeiro passo foi dado, a jornada é longa e não quero perder a conta...
jueves, 29 de julio de 2010
Desaparecer
As vezes não me controlo.
Os pensamentos correm soltos.
A cabeça não para.
Trabalha como uma maquina.
Mesmo assim o corpo não reage.
Algo me prende, me ata.
Tentando liberar me, me fecho.
Olho para dentro e já nem quero espiar lá fora.
Pessoas;
Palavras;
Pensamentos;
Paro,
penso ,
pergunto:
Seria mais fácil aprender o truque do Houdini?
Os pensamentos correm soltos.
A cabeça não para.
Trabalha como uma maquina.
Mesmo assim o corpo não reage.
Algo me prende, me ata.
Tentando liberar me, me fecho.
Olho para dentro e já nem quero espiar lá fora.
Pessoas;
Palavras;
Pensamentos;
Paro,
penso ,
pergunto:
Seria mais fácil aprender o truque do Houdini?
martes, 27 de julio de 2010
Quando um nao quer, dois nao bringam etc etc etc
É engraçado pensar que na vida nos deparemos com situações nas quais pessoas interpretem papeis "shakespereanos" só para não terem de ser verdadeiras. Muitas vezes o caminho da hipocrisia é escolhido. Para parte dos homo sapiens que habitam esse planeta, se esconder atrás de mascaras sociais lhe resulta mais conveniente do que simplesmente ser. Para que eu vou falar que não concordo e gerar uma polémica se eu posso simplesmente balançar a cabeça afirmativamente (mesmo que por dentro Grite não).
Seguindo essa linha de raciocínio...
Relações sociais bilaterais, sejam elas: familiares, afectivas, políticas, económicas,... e/ou de amizade, tem uma questão em comum: o tempo que se leva para construir uma relação é muito superior ao tempo necessário para destrui-la. Porque depois de alguma ruptura insistimos em manter a distancia?;
Porque insistimos em esquecer os bons momentos?;
Porque insistimos em perder o contacto?;
Porque insistimos em deletar da memoria a existência do outro ser?.
Não será possível lembrar, manter e gravar?
Tudo é possível quando você é sincero.
Voltando ao primeiro pensamento...
Não seria mais simples dizer o que você realmente pensa? Seguir as suas vontades. Escutar aquela voz interior e agir segundo as suas ideias. As pessoas ao seu redor podem receber essa açao de varias formas. Surpresa, indignação, amor, ódio, felicidade, decepção... alegria. Seja qual for a aceitação das pessoas, elas se aproximarão ou se afastarão de ti. Acredito que nas duas alternativas o individuo sai ganhando.
Seguindo essa linha de raciocínio...
Relações sociais bilaterais, sejam elas: familiares, afectivas, políticas, económicas,... e/ou de amizade, tem uma questão em comum: o tempo que se leva para construir uma relação é muito superior ao tempo necessário para destrui-la. Porque depois de alguma ruptura insistimos em manter a distancia?;
Porque insistimos em esquecer os bons momentos?;
Porque insistimos em perder o contacto?;
Porque insistimos em deletar da memoria a existência do outro ser?.
Não será possível lembrar, manter e gravar?
Tudo é possível quando você é sincero.
Voltando ao primeiro pensamento...
Não seria mais simples dizer o que você realmente pensa? Seguir as suas vontades. Escutar aquela voz interior e agir segundo as suas ideias. As pessoas ao seu redor podem receber essa açao de varias formas. Surpresa, indignação, amor, ódio, felicidade, decepção... alegria. Seja qual for a aceitação das pessoas, elas se aproximarão ou se afastarão de ti. Acredito que nas duas alternativas o individuo sai ganhando.
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