Cheguei em Kathmandu no dia 30/12 e a temperatura beirava os 5 graus. Reencontrei Paul, que me buscou no aeroporto. Fomos à casa do Anders, também membro do couchsurfing e meu host na capital. Botamos o papo em dia e por volta das 21 eu já roncava. Na manha do dia 31 saí para conhecer a cidade. Inga, conterrânea e amiga de Paul, me acompanhou. A primeira impressão da cidade foi positiva. Ruelas repletas de lojas e pequenos restaurantes, pessoas de olhos puxados e cabelos escorridos caminhavam num ritmo acelerado. Voltamos para casa na hora do almoço. A empregada estava servindo a comida quando abri a porta da sala. Arroz, vegetais cozidos e ovo frito. Por volta das sete da noite começamos o esquenta para o ano novo. Abri a garrafa de jack que comprei no freeshop e Inga abriu o licor que trouxe da Latvia. Quando entramos no taxi em direçao à Tamel(bairro turístico e bohemio) já estávamos todos alegres e saltitantes. Fomos à um Irish Pub, aonde uns amigos do Anders tocavam. Rock n roll e Jack Daniels até as 23 30. Até hoje não sei o porque, mas meia hora antes das badaladas o grupo decidiu mudar de local. Resultado: passamos as próximas duas horas saltando de bar em bar. Cansado, bêbado e com frio, decido voltar ao apartamento. Feliz ano novo, zzzzz…
Road Trip
O plano era simples. Alugar duas motos e ir em direçao à estrada mais alta do Nepal. Não tínhamos previsto nenhuma parada turística, o objectivo era a estrada, o que no meu ponto de vista era um ótimo objectivo. Alugamos as motos no final da tarde do dia primeiro e nas primeiras horas do dia dois partimos rumo ao desconhecido. No primeiro dia, depois de poucas horas de estrada, nos deparamos com um bloqueio. Não sabíamos o porque mas o fato era que teríamos que esperar até as 17 para passar. Demos meia volta para fazer um caminho alternativo. Entramos em uma “estrada” secundária que na verdade foi um offroad de 50 km. Ao anoitecer paramos na primeira cidade que parecia ter hotéis. Entramos em uma espelunca e passamos a noite. No segundo dia rodamos uns 300 km e por volta das 19 chegamos à uma cidade perto da fronteira com a índia. Era um lugar de merda, que me fez lembrar a pior parte do país vizinho: sujeira, poluição e picaretas. Para completar o pacote “turístico”, todos os hotéis estavam lotados e quase dormimos na rua. Digo quase porque eram já as onze da noite quando conseguimos alugar um par de colchonetes para colocar no saguao de uma pousada de quinta categoria. Com o stress da noite anterior somado ao cansaço dos vários kms percorridos nos dois primeiros dias decidimos dormir mais uma noite no shithole para descansar. O nosso plano parecia cada vez mais inviável, estávamos perdendo tempo e tínhamos que voltar à capital antes do final da semana. Decidimos mudar o roteiro. Sair do sul e subir as montanhas foi a decisão final. Nos dirigimos à Ille, povoado situado à 2000 metros do nível do mar. O trajecto foi cansativo, mais de 350km e a moto do Paul quebrou um par de vezes. Parecia que algo nos impedia de seguir, mas mesmo assim seguimos. No final do dia alcançamos Dhankuta. Ao perguntar informação à um jovem a nossa sorte mudou. Ele foi a pessoa mais símpatica e prestativa que conheci nos últimos seis meses de viagem. Arrumou um hotel estilo bbb(bom bonito e barato) e convenceu ao dono de um restaurante que nos servisse uma refeição mesmo sabendo que a cozinha havia fechado há horas. A maioria dos viajantes que vem ao Nepal fica impressionado com a beleza natural e todos, sem exeçao, ficam boquiabertos com a hospitalidade dos locais. Depois dessa noite eu também fiquei alucinado com o carisma nepales. Acordamos por volta das sete e ao ver o sol subir por detrás das montanhas decidimos passar mais uma noite nesse local impregnado pela bondade do seus moradores. O hotel que nos hospedamos era de um Sr nepales que também fez jus a fama da população local. Na noite anterior ele nos recebeu de sorriso aberto e com uma garrafa de uma aguardente local. Não nos cobrou nada pela bebida e tira gostos. Só queria que nós nos sentíssemos em casa e conseguiu. Saímos para explorar a região e a cada povoado que passávamos a vista das montanhas e a simpatias das pessoas era melhor. No final do dia tínhamos a sensação que o universo conspirou para que terminássemos a nossa pequena aventura nesse lugar tão especial. Um par de litros de liquor pela noite e para cama. Partimos cedo. A volta foi marcada por paisagens inacreditáveis e um offroad duro. Off road no qual tive meu primeiro acidente. Uma pedra no meu caminho e chão. Calça rasgada, joelho dolorido mas nada grave. Levantei a moto, pressionei o botão e o motor gritou em alto e bom som. Seguimos viagem. Chegamos à capital por volta das 17:00. Banho quente, jantar e cama. Sensação de missão cumprida. 1 400 km s rodados em 7 dias. On the road, extreme edition…
Faltam dois dias para a minha partida do Nepal. Foram duas semanas estranhas, nas quais o frio me incomodou bastante e a estrada me cativou mais que nunca. Duas semanas de jogar conversa fora com novos amigos e de planejar o próximo passo. Assim que me despido do país com um gostinho de quero mais. Voltarei alguma primavera futura para visitar o país e não suas estradas... Anyway, Tailândia, ai vou eu!
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