ha ha, hi hi,
hi hi, ha ha...
Risa nervosa, ou é gargalhada de prazer? A inquietude reaparece. Cito a Danti:"Nel mezzo del cammin di nostra vita / mi ritrovai per una selva oscura / ché la diritta via era smarrita". Nos últimos meses me perdi, matei o meu velho eu e ressuscito com uma nova energia. De um estado de conforto que aprisionava o meu verdadeiro Eu, passei à instabilidade que libera a minha alma sonhadora. Troco o comodismo pela aventura. Essas decisões do hoje que fazem do amanha uma incógnita me dão tesão. Ao dar uma guinada na vida, uma infinidade de caminhos se abrem. Aos poucos recupero a luz que em outra vida brilhou forte nos meus olhos. Frio na barriga(característicos das semanas prévias à uma mudança), já conheço essa sensação... em alguns dias o cheiro à aeroporto impregnará os meus sonhos e o gosto de terra(tao característico nas estradas) marcará todos os sabores que passem pela minha boca. Destino mutante. Hoje aqui, amanha ali e na metamorfose encontro a constância. O diferente me acalma e desafios me trazem paz interior. A minha inquietação é tamanha que se paro quase que me mato, me apago por dentro. Uma depressão injustificada se apodera do meu ser. Minhas células pedem movimento, meus sentimentos se juntam em contra à razão e bombardeiam minha cabeça com sensações pouco prazerosas. Sintia autocompaixão e o que quero é paixão, sensações de prazer e embebedar me de tesão por viver essa vida repleta de várias vidas. Caminhos dentro de estradas. Indo sem mapa nem destino mudando de direção porque sim, e as vezes sem porque. Meus sapatos estão muito novos e olhar as solas quase que intocadas me causa angustia. Agora mesmo a coisa que mais quero é pegar a mochila, a câmera de fotos, calçar o tênis e sair caminhando sem nunca olhar para trás. Vontade de ir, sorrir, saltar, correr, dançar, gritar, pular, falar, cantar,... viver. Eu quero ir, e quando chegue esse dia apenas serei. Ser e nada mais. Ser e tudo mais.
Ser, ir, ir e seguir sendo...